sábado, 14 de janeiro de 2006

Sócio confirma empréstimo da SMP&B a Azeredo



Em depoimento ontem de manhã na Superintendência da Polícia Federal na capital mineira, o empresário Ramon Cardoso, sócio da agência de publicidade SMPB, confirmou que em 1998 a empresa fez empréstimo de R$ 9 milhões para o comitê da campanha à reeleição do governador de Minas, o hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). A SMP&B era de Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador do mensalão. Logo depois do depoimento, a PF anunciou que vai intimar o senador. Pela Constituição, ele tem direito a escolher o local e a data de seu depoimento.

Depois de depor por uma hora e meia, Cardoso deixou a sede da PF dizendo que, como as investigações correm sob sigilo de Justiça, ficaria em silêncio. Seu advogado revelou, porém, que os delegados buscavam informações sobre possíveis transferências de recursos da SMP&B para a campanha de Azeredo, o que foi confirmado pelo empresário. Quando os depoimentos chegarem ao fim, a PF vai remeter a documentação ao Supremo Tribunal Federal (STF), que julga processos contra parlamentares.


A informação passada por Cardoso é uma complicação a mais para Azeredo, que desde outubro vê seu nome envolvido em atividades do valerioduto. Em depoimento à CPI dos Correios, o tesoureiro de sua campanha de 1998, Cláudio Mourão, admitiu que se valeu do caixa 2 para pagar despesas eleitorais. Mourão jurou à CPI, no entanto, que Azeredo não tinha conhecimento disso. O valor dos recursos passados pela agência de Valério, segundo a denúncia, chegava a R$ 8,35 milhões.


Na ocasião, discutiu-se longamente se Azeredo deveria comparecer à CPI - coisa que o PT exigia em alta voz e os líderes do PSDB tentavam evitar, sem se entusiasmar com a defesa do ex-governador. Este acabou se apresentando para depor e fez uma longa exposição, repetindo as informações de seu tesoureiro, de que nada sabia sobre os pagamentos.

No início de novembro, já marcado como a mais importante figura do PSDB a ser envolvida nas suspeitas de caixa 2 que mergulharam o PT na sua maior crise, Azeredo teve de antecipar em duas semanas a saída da presidência do PSDB. O senador cearense Tasso Jereissati assumiu em seu lugar e empenhou-se em afastar o partido das denúncias - até prometeu contratar, a partir de janeiro, uma auditoria externa para verificar as contas partidárias.


Em 10 de novembro, o PT pediu à Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral que reexaminasse a prestação de contas do PSDB em 2002, alegando a existência de “recursos não contabilizados”, e suspendesse o repasse do Fundo Partidário à legenda.


Mais recentemente, dirigentes petistas fizeram duras críticas aos relatórios da CPI dos Correios, por mencionarem de forma breve o episódio do caixa 2 tucano no conjunto das denúncias contra petistas e seus aliados. O relatório “foi falho e aliviou os tucanos”, reclamou o deputado Jorge Bittar (PT-RJ). Finalmente os Petistas estão acordando! Viva!


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