quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Governo pode financiar avião médio usado para atender nova demanda

Ciente do risco de que pode não haver aviões regionais para atender à demanda das aéreas, que devem passar a operar também com esses modelos por causas das mudanças anunciadas nos últimos dias, o governo estuda mecanismos para garantir que possam adquirir aviões menores. Entre as possibilidades em análise está ajuda financeira do BNDES para operações de leasing de aviões regionais usados. Outra possibilidade seria alterar as atuais regras e permitir a importação de aviões médios usados, segundo informou fonte do primeiro escalão do governo. A legislação proíbe a importação de bens de consumo usados.
As soluções estão sendo estudadas porque a Embraer, a fabricante nacional de aviões regionais, não tem como atender a um possível aumento da demanda interna por esses modelos, já que os contratos assinados pela fabricante para entregar novos aviões são de cerca de dois anos. Menores do que os Boeing ou Airbus operados por Gol e TAM respectivamente, os jatos comerciais leves são usados em diversos países na aviação regional. No Brasil, só a BRA pretende operar aviões pequenos. O ministro Jobim já foi informado de que o BNDES tem recursos necessários para financiar as aéreas brasileiras a ampliarem suas frotas.
O governo não pode esperar o prazo de entrega de aviões regionais novos para mudar as rotas. Por segurança e para reduzir filas dos demais aeroportos do País, quer tirar as mudanças do papel até outubro. Na segunda-feira, Jobim anunciou medidas que transferem de Congonhas para o Galeão, no Rio, Confins, em Minas, Brasília e Curitiba a função de hub. O problema é que, para levar a cabo o plano de reestruturar a malha aérea brasileira, o governo terá que tomar uma atitude bem diferente da que vinha adotando até agora e ir contra os interesses econômicos das companhias aéreas. O plano do governo de aumentar o número de vôos ponto a ponto requer um maior número de aviões regionais. Por isso, ele estuda facilitar essas aquisições, o que desagrada as companhias aéreas. A estratégia comercial das companhias foi desenvolvida contando com Congonhas e Brasília como principais hubs do país. Sob a condição do anonimato, representantes das aéreas protestam. Dizem que a alteração do perfil das frotas gerará maiores custos pela necessidade de contratação de mais engenheiros para a manutenção das aeronaves. Hoje, ao terem muitos aviões da mesma marca, as companhias reduzem custos de manutenção. Além disso, como operam grandes aeronaves, transportam mais em cada vôo.
Se a reforma da malha for levada adiante pelo governo, as companhias ameaçam cobrar compensações ou deixar de atender regiões que não apresentem potencial de lucros.
Ontem, o ministro da Defesa disse no Palácio do Planalto, onde reuniu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não cederá à pressão das companhias. O aeroporto de Congonhas não voltará a ser um ponto de conexões, escalas e distribuição de vôos.

0 Comentários em “Governo pode financiar avião médio usado para atender nova demanda”

Postar um comentário

 

Consciência Política Copyright © 2011 -- Template created by Consciência Política --