A sede da supertele, que será formada a partir da união entre Oi (ex-Telemar) e Brasil Telecom (BrT), será no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada ontem pela Oi. Os negócios da Brasil Telecom, por enquanto, continuam centralizados em Brasília. A mudança só será feita quando a aquisição da companhia for aprovada pelos órgãos reguladores, como a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, espera que em alguns meses o negócio esteja concluído.
Apesar de anunciado, o negócio fere a legislação em vigor, cuja revisão está em estudo. No próximo dia 14, o conselho da Anatel deverá discutir as alterações no Plano Geral de Regulamentação (PGR) e no Plano Geral de Outorgas (PGO) para que, em seguida, coloque a proposta em audiência pública. No caso do PGO, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda precisa editar um decreto confirmando a alteração na lei atual que determina que, se uma concessionária adquirir outra, terá que abrir mão de sua concessão original no prazo de seis meses. Seria bom para o Brasil que a operação fosse aprovada logo. Defendo que o negócio é muito bom. Acionistas ganham e os clientes também. Os clientes ganham com as tarifas ou com a melhoria dos serviços, defendeu Falco.
Na sexta-feira termina o prazo para que a Oi comunique oficialmente a operação de compra da Brasil Telecom ao Cade, o que, segundo Falco, será feito sem problemas. Ao Cade caberá a responsabilidade de analisar se haverá ou não concentração de mercado com a transação. O presidente da Oi ressaltou que, assim que for aprovada, a operação não deve provocar uma série de demissões, como normalmente ocorre quando uma companhia é fundida à outra. Falco explicou que os funcionários das companhias são complementares e que, no caso da Oi, existem 800 vagas de empregos abertas. Pode acontecer demissões se a pessoa não se encaixar em nenhuma das vagas, ressaltou.
Investimentos
Ontem, o presidente da Oi assinou três contratos para centralização da inteligência e do gerenciamento da rede de telefonia fixa. O convênio no valor de R$ 50 milhões foi firmado com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) e as empresas nacionais Trópico Sistemas de Telecomunicações e AsGa Sistemas. Na primeira e segunda fases, a Oi já desembolsou R$ 100 milhões.
A companhia não informou os investimentos que poderão ser feitos no Distrito Federal. Isso porque, só haverá presença da Oi no DF quando a compra da Brasil Telecom for aprovada. O contrato com a Trópico, por exemplo, prevê a expansão da rede de sinalização chamada 7IP, com a implantação de servidores em todos os 16 estados que compõem a rede de telefonia fixa da Oi.
A rede 7IG foi desenvolvida pelas equipes da Oi e CPqD e consiste na centralização da inteligência de toda a rede fixa e desenvolvimento de solução de portabilidade numérica da empresa — instrumento que permite o usuário mudar de companhia de telecomunicações sem alterar o número do telefone. A portabilidade numérica deve chegar ao Distrito Federal no início do próximo ano. Nas cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, o benefício deve ser oferecido em março de 2009.
Segundo Falco, o investimento vai permitir que os clientes tenham acesso a uma série de novos serviços, sem que isso implique em elevação dos custos. Por exemplo, um crédito telefônico poderá ser utilizado em um aparelho fixo, celular ou banda larga. Falto ressaltou ainda que a empresa pretende ampliar os investimentos no desenvolvimento de novas tecnologias. Hoje a companhia investe 0,8% da receita líquida e está em 12º lugar entre as que mais fazem pesquisa. A idéia é aumentar o percentual para ficar entre as 10 primeiras.