A Valec, empresa do governo que nasceu para construir a ferrovia Norte-Sul, transformou-se ontem em uma superestatal responsável pelo planejamento ferroviário do país. O fortalecimento da Valec veio com a edição da Medida Provisória 427, conforme havia antecipado o Valor em fevereiro. As novas atribuições da empresa, além de desenvolver estudos e projetos, envolvem a coordenação, execução, controle, revisão, fiscalização e administração de obras de infra-estrutura ferroviária.
A MP também teve outra finalidade: a de incluir novos trechos ferroviários no Plano Nacional de Viação, um pré-requisito para que os empreendimentos possam ser estudados e, posteriormente, licitados. São 12 trechos, entre os quais se destaca a proposta de futura ligação entre Belo Horizonte e Curitiba, possivelmente por trem de alta velocidade, à semelhança do projeto que o governo pretende implantar entre Rio e São Paulo.
A ferrovia Belo Horizonte-Curitiba teria 1.150 quilômetros, passando por Divinópolis, Varginha e Poços de Caldas (MG), Campinas, São Paulo, Sorocaba, Itapetininga e Apiaí (SP). Também foram incluídos trechos no Plano Nacional de Viação que permitirão múltiplas possibilidades de escoamento da produção, em várias regiões do país, com uma competição efetiva entre as operadoras de ferrovias e entre os portos. Entre as novas ligações estão o prolongamento da Norte-Sul até o interior de São Paulo, uma ferrovia no oeste baiano que passaria pelo pólo agrícola de Luiz Eduardo Magalhães e terminaria em Ilhéus, e um ramal interligando a Nova Transnordestina à Norte-Sul.