quarta-feira, 14 de maio de 2008

Gente mal-agradecida


Líderes empresariais agradeceram as boas ações da nova política industrial, mas como glutões que não sabem a hora de sair da mesa reclamaram de que elas são insuficientes para promover outro salto das exportações e dos investimentos diante da alta dos juros e da valorização cambial. Lido ao pé da letra, significa que dispensam os incentivos do BNDES e os favores das desonerações tributárias, quando, de verdade, vão agarrá-los à unha. Então, por que chiaram? Talvez para ver se tiram mais algum, responderia um cínico.

Empresários e governo se pegam, muitas vezes, por uma dissonância cognitiva sobre o papel da representação empresarial. Os temas centrais da política econômica são discutidos com poucos e bons do empresariado que está à frente de grandes empresas. Mas na hora da festa, sobem ao palco os dirigentes de entidades de classe, muitos dos quais representam a si mesmos, e o pessoal que se ressente dos problemas da economia e não foi ouvido. Os outros, muito ocupados, voltam a seus afazeres. O que fica é o pau na Selic.

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