Para governo, ida de funcionário da Casa Civil à CPI não representa grande ameaça
O Palácio do Planalto decidiu pagar para ver até onde vai a ameaça do secretário de Controle Interno da Casa Civil, José Aparecido Nunes Pires, de revelar detalhes sobre como foi montado o dossiê com os gastos secretos da gestão Fernando Henrique Cardoso. O núcleo de articulação política avaliou, no fim de semana, que a pior reação seria o governo ficar acuado com o que classificou de "chantagem" de um funcionário acusado de vazamento.
Após analisar os cenários possíveis com novas revelações de Aparecido, o governo concluiu que o potencial de estrago é relativamente pequeno.
Na pior das hipóteses, observou ontem um auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um depoimento de Aparecido jogaria na fogueira a secretária executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, forçando a sua demissão.
Isto causaria constrangimento à sua superior, a ministra Dilma Rousseff, mas nada que não seja contornável, observou essa fonte.
Cresce no Planalto a avaliação de que a permanência de Erenice no governo é mesmo cada vez mais delicada.
Na semana passada, Aparecido disse a jornais que estaria disposto a revelar que a ordem para elaboração do dossiê, com objetivo político, partiu dela. Pelo relato, os servidores destacados para ajudar a montar o documento reagiam com gargalhadas e comemorações diante de cada nova descoberta sobre gastos curiosos ou exóticos da era tucana.
Governo acha que Dilma está blindada
A conclusão entre integrantes do governo é que, nessa hipótese, Aparecido teria muito mais a perder. Nos últimos dias, o núcleo do governo já fez todo o mapeamento e tem segurança de que Dilma está blindada: não haveria possibilidade de o secretário de Controle Interno tentar comprometêla.
Não há sequer registro de uma única audiência reservada entre Dilma e Aparecido nos últimos meses.
- Não podemos ficar reféns da chantagem de ninguém. Vamos avaliar ainda a veracidade das suas declarações.
Aparecido também pode mentir. O que ele falar de agora em diante não é a verdade absoluta. Será uma versão. Por isso, nessa altura do campeonato, o melhor é uma investigação completa da Polícia Federal.
O Aparecido precisa explicar qual foi sua motivação ao vazar o dossiê para a oposição. Até porque, neste episódio, a ministra Dilma é a vítima - disse o líder do governo senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Apesar da disposição para o enfrentamento, emissários do Planalto e dirigentes petistas ainda apostam num entendimento com Aparecido para a formatação de um depoimento mais leve à CPI do Cartão Corporativo.
Aparecido está sendo monitorado pela cúpula do PT e passou o fim de semana em Goiás, com a mãe, que enfrenta problemas de saúde.
Integrantes do Palácio do Planalto não escondem a irritação com o episódio. Até mesmo o presidente Lula tem demonstrado o desconforto com a situação, tendo chegado a fazer um desabafo ao que considera "herança maldita" do ex-ministro José Dirceu, que levou Aparecido para o governo.
- Só me faltava essa: um assessor do Zé Dirceu ter entregue um dossiê para o PSDB - teria dito Lula a um amigo no fim de semana.
Múcio e Jucá se reúnem em Recife
Ontem, em Recife, o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, reuniu-se com Jucá para traçar a estratégia sobre as ameaças de Aparecido e sua convocação pela CPI, cuja presidente, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), convocou sessão extraordinária para amanhã com o objetivo de aprovar a intimação.
- Parte do problema se resolve por conta própria, ao passar essa fase da emoção. É preciso tempo para que tudo se acomode. E vamos atuar naquilo que não se resolve sozinho - declarou o ministro José Múcio.
Integrantes da base admitem apoiar a convocação, mas também querem chamar André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que confirmou ter recebido de Aparecido uma cópia do dossiê. Ele diz estar pronto para ir à CPI. Aos parlamentares, contará que recebeu o arquivo de 27 páginas e que o repassou ao senador por dever de ofício.
André quer comprovar que não adulterou o documento eletrônico. O dossiê foi enviado por Aparecido a André em uma troca de e-mails no início de fevereiro, mas os dois também teriam tratado do assunto pessoalmente.
Apesar disso, André afirmará que nunca pediu ao amigo o dossiê.
André pode ainda revelar quais acha terem sido as motivações de Aparecido. A primeira seria o fato de, apesar de amigos, terem posições políticas divergentes. O documento mostraria que tucanos teriam comportamento antecedente semelhante ao dos petistas. A segunda hipótese é vingança. André contou ao blog do Noblat que Aparecido "detesta 90% das pessoas que trabalham, hoje, no Palácio do Planalto". Uns mais que outros: "(Aparecido) tem horror a Erenice.
Cid Elias desembucha,
Primeiramente André, gostaria de dizer que tb sou lulista, não sou petista, nem defendo quaisquer partidos.
Dito isso, o comentário que tenho a respeito do artigo é que ele não me "desceu" legal...
Na minha opinião, coisas do tipo "...Lula teria dito a um amigo", "observou ontem um auxiliar do presidente", e mais adiante "observou esta fonte", fora supostas posições e até pensamentos cujos autores seriam da "cúpula petista / emissários do planalto / dirigentes petistas", são mais apropriadas a postagens de josias, noblats, rossis, c. humbertos, merdais pereiras e pares, os quais conseguem descrever um diálogo travado entre duas pessoas, sob quatro paredes, sendo que ambas jamais diriam uma sílaba a nenhum destes imprensaleiros citados, mas mesmo assim, os caraduras o fazem com uma riqueza de detalhes impressionantes.
Não significa que eu esteja duvidando das fontes do blog, mas prefiriria ler tua visão da coisa em vez de "versões e observações de auxiliares", abrç
Cid Elias parabeniza o tal andré,
mui democrático és, dotô andré..
Quem diz Amém às postagens dos seus "gurus", são os imbecilizados seguidores de noblaboseiras, josinhas venais, reis nossacaixa2, olavo com máscara, ôps, este democrata nem comentários permite, e por aí vai...
passar bem