quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PSDB monta estratégia para enfrentar Lula na TV

O PSDB está preocupado com o impacto da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa eleitoral gratuito de televisão da candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff. É o que um dirigente tucano chama de "Lula na veia". Para minimizar o estrago, aliados do candidato do PSDB, José Serra, avaliam que ele precisa ser mais "humanizado" em seu próprio programa eleitoral.

O foco da propaganda eleitoral de Serra será a apresentação do candidato e de suas propostas. Seus coordenadores gostariam de estimular no eleitor a comparação entre Serra e Dilma. A aposta é que, no conteúdo, a vantagem seria do tucano. No entanto, a expectativa é que o programa de Dilma venha com muita produção e emoção, despertada pela participação de Lula.

Envolvidos na campanha de Serra acreditam que a emoção pode causar grande impacto nos primeiros programas eleitorais, mas deve se diluir ao longo dos 45 dias do horário gratuito. Com o tempo, a comparação de conteúdo deve prevalecer, favorecendo a candidatura tucana.

Aliados de Serra no PSDB e no DEM ficaram apreensivos após o debate entre os presidenciáveis na televisão, realizado pela Band no dia 5. Havia muita confiança na experiência do candidato tucano e na falta de traquejo de Dilma. Avaliam, no entanto, que Serra "não foi decisivo" e não soube explorar os pontos fracos de Dilma. Como resultado, a candidata do PT, apesar do visível nervosismo, acabou saindo-se melhor do que era esperado pelos tucanos e temido pelos petistas.

Além do programa eleitoral, o PSDB está preocupado em reforçar a campanha em Minas e no Rio, Estados que devem decidir a eleição, na avaliação do partido. A razão é a falta de "solidez" nas intenções de voto até agora registradas pelas pesquisas nos dois Estados.

No caso de Minas, Serra tem mais votos que o governador Antonio Anastasia (PSDB), candidato à reeleição apoiado pelo ex-governador Aécio Neves. Há margem paracrescimento do governador e, à medida que ele conquistar fatia maior do eleitorado, consequentemente aumenta as intenções de voto em Serra. Para isso, a campanha estadual precisa ser mais compartilhada com a nacional. A avaliação é que, por enquanto, a preocupação dos mineiros é com a eleição de governador, senadores e deputados, havendo pouca integração com a disputa nacional.

O caso do Rio é diferente. Sem candidato a governador dos partidos da aliança (PSDB, DEM e PPS), a coordenação da campanha aposta na "independência" do eleitorado fluminense. O objetivo é que Serra adote um discurso que o aproxime do eleitor, sem depender da campanha do candidato a governador do PV, deputado Fernando Gabeira.

Há, ainda, o objetivo de aumentar a diferença de intenção de voto para Serra em São Paulo. Na avaliação dos tucanos, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) está pouco empenhado em fazer campanha, já que lidera as pesquisas. Como sua intenção de voto é maior do que a que Serra tem no Estado, a conclusão é que o presidenciável precisa colar mais em Alckmin - que, por sua vez, precisaria ir mais para a rua.

1 Comentários:

  • terça-feira, 17 agosto, 2010
    Anônimo Disse:

    Bom tarde André,
    eu sou editor do site http://www.jornaldedebates.com.br/ , que propõe debates na rede.
    Estamos, no momento, com um debate proposto sobre a eficácia da propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão.
    Lá você pode encontrar um pequeno texto sobre o assunto.
    Queria saber se você não gostaria de publicar um artigo em resposta ao debate.
    Você pode entrar em ocnttao pela área de contato do site.
    Abraços,
    Frederico Kling.

    delete

Postar um comentário

 

Consciência Política Copyright © 2011 -- Template created by Consciência Política --