sábado, 26 de agosto de 2006

Carlos Lacerda é padroeiro da campanha tucana...



Carlos Lacerda é padroeiro da campanha tucana...O orelhudo continua em pauta...A Veja, como sempre, espanta o País...

Por Redação CartaCapital

1.Fernando Henrique Cardoso não é Carlos Lacerda, este escrevia bem e falava ainda melhor. Mas uma semelhança existe: embora cada qual a seu feitio e afinado com sua quadra histórica, ambos são golpistas.

Na segunda-feira 21, o ex-presidente da República, diante de uma platéia de 200 pessoas, informou-as, desabrido, a respeito do risco que o Brasil corre de virar uma Venezuela, vítima da indiferença da população, conformada com a corrupção e o descrédito das instituições. Referia-se ao crescimento de Lula nas pesquisas, a despeito do chamado mensalão.

Talvez saudoso das Marchas da Família, com Deus e pela Liberdade, FHC entende que somente “um curto-circuito” pode devolver à nação o poder de se indignar. E, coerente, reclamou a presença na ribalta de alguém capaz de eletrizar o País. Como foi Carlos Lacerda, eletricista de inúmeros curto-circuitos, a começar pela crise que levou Getulio Vargas ao suicídio. Primeiro passo a caminho da tentativa de impedir a eleição de Juscelino Kubitschek, da renúncia de Jânio e, enfim, do golpe de 1964.

Com Lacerda diz FHC não ter afinidades, nele reconhece, porém, e louva, “a capacidade de dramatizar e de cobrar”. “Foi recado para o meu partido”, declarou depois do pronunciamento, a indicar que da campanha tucana espera maior agressividade. Prontamente, o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra, fez eco: “Falta realmente indignação diante dos escândalos, uma indignação que Carlos Lacerda ajudou a levantar no passado”.

Entre atônito e perplexo, pergunto aos meus pacientes botões que significa a alusão à Venezuela, onde o plano do golpe nasceu da “indignação” dos vetustos e ferozes donos do poder, nem mais nem menos como no Brasil dos começos da década de 60, quando as marchas eram nutridas pelos privilegiados e pelos aspirantes ao privilégio.
Temo que os eletricistas tucanos sonhem com um curto-circuito gerador do impasse. Portanto, da ruptura antidemocrática. E tudo o que conseguem é passar o espanador sobre o embolorado modelo golpista tão admiravelmente representado por Carlos Lacerda.

2.O jornalista Paulo Henrique Amorim entregou ao diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, documentos pelos quais se provaria que o banqueiro Daniel Dantas dispõe de meios para abrir contas no paraíso fiscal das Ilhas Cayman. Os papéis figuram agora no inquérito sobre o dossiê publicado pela revista Veja, em meados de maio, que apontava como correntistas o próprio Paulo Lacerda, o ministro Márcio Thomaz Bastos e até o presidente Lula.

Segundo Veja, as informações do dossiê foram passadas pelo banqueiro e por pessoas indicadas por ele. Dantas nega. Os mais variados eventos não deixam, contudo, de demonstrar que o orelhudo se habilita a façanhas retumbantes. O fato de que a PF tenha confirmado a posse dos novos documentos à repórter Andréa Michael, da Folha de S.Paulo, parece revelar a intenção do delegado Lacerda de mandar recado ao irrequieto DD.

Resta apurar a veracidade da documentação, bem como o mistério encerrado no disco rígido do Opportunity, cuja abertura a juíza Ellen Gracie se obstina a não autorizar, em nome de argumentos já desfeitos, inclusive por várias reportagens de CartaCapital. A solução do caso é, de verdade, muito fácil. Bastaria convocar para a abertura do disco, sob a supervisão da própria juíza, representantes de Daniel Dantas, do Ministério Público e da PF. Com o compromisso de não revelar os nomes de residentes no exterior. Quanto aos indígenas, estão contra a lei.

3.A Veja não se cansa de nos surpreender. Às vezes, de espantar. Na coluna Radar, assinada por Lauro Jardim, lemos esta semana que o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, Luiz Gushiken, janta em restaurantes finos, toma Château Latour, fuma charutos cubanos e paga por um jantar no Magari, de São Paulo, acompanhado por um diretor de empresa de comunicação, 3.500 reais. Em dinheiro.

Observem como sabe viver um ex-sindicalista. Requintado, diz a revista, mas colho nas entrelinhas: novo-rico. O senador Heráclito Fortes, quem sabe a reencarnar Carlos Lacerda, chamou imediatamente a atenção para o comportamento de Gushiken. E até CartaCapital, tocada por tamanha ostentação, mergulhou no assunto.

Vejamos. O comensal de Gushiken não é diretor de empresa de comunicação, e foi ele quem levou o vinho, um Ducru-Beaucaillou comprado em Nova York por 54 dólares. O charuto era nacional e a conta, paga com cartão de crédito, foi 360 reais.

Presente no restaurante e, dizem os garçons, sentado nas proximidades da mesa do secretário, o advogado Modesto Carvalhosa. Certamente não hesitaria em confirmar a verdade factual. Certa também, em espírito, a participação de Daniel Dantas.

2 Comentários em “Carlos Lacerda é padroeiro da campanha tucana...”

  • sábado, 14 julho, 2007
    Anônimo Disse:

    Quem escreveu esse artigo não sabe absolutamente nada de história, não entende de política e possui uma visão deturpada e parcial do melhor político que este país já teve, Carlos Lacerda!
    Aos insanos, Sr. Getúlio Vargas estava atolado de denúncia, financiando jornal, lama transbordando pelos porões do catete, foi responsável por uma ditadura, do Estado Novo, tão desprezível quanto a de Médici e o seu irmão fora o mandante do atentado contra a vida do Carlos Lacerda...nada mais natural que excelente orador e jornalista que Lacerda era, massacrasse o Vargas.
    Vou além, Lacerda foi o político mais boicotado desse país e nenhuma liderança civil representava tanto temor à ditadura quanto Carlos Lacerda!
    Pontofinalizando, o demolidor de presidentes, ou corvo era muito melhor do que FHC ou Diogo Mainardi e se tivesse vivo, denunciaria as corrupções do Governo Lula com o dedo na ferida mesmo...pois ele sabia fazer isso.
    Acho engraçado as pessoas criticarem lacerda repetindo os erros dos mais velhos que não o entendiam, sem raciocinar como pode uma pessoa com a importância que ele teve, foi o melhor governador da guanbara de todos os tempos, principalemnte em educação, saneamento básico, água e melhoria dos serviços públicos, nunca se utilizou de meios escusos para chegar ao poder e nem acumulou dinheiro em sua vida pública.
    Parabéns LACERDA !!!!!!!!!!!

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  • sábado, 14 julho, 2007
    Anônimo Disse:

    Ahhh mais uma coisa, quero ver a democracia publicando o texto sobre o Lacerda.
    Chega de utiliza-lo para Judas, tá na hora de se reconhecer um erro histórico e parar de desmerecer a figura do Lacerda.

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