quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Metade da bancada do DF na Câmara dobrou patrimônio


As declarações de bens enviadas pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam que metade da bancada do Distrito Federal na Câmara dos Deputados dobrou o patrimônio nos últimos quatro anos. Entre os parlamentares e suplentes que tiveram variação superior a 100% estão Osório Adriano (PFL), José Tatico (PTB), Tadeu Filippelli (PMDB), Alberto Fraga (PFL) e Jorge Pinheiro (PL).

Adriano declarou em 2002 patrimônio no valor de R$ 32,4 milhões. Na última declaração enviada ao TSE, os bens do pefelista estão avaliados em R$ 66 milhões, variação superior a 100%. A assessoria do parlamentar explicou que a diferença ocorreu pela incorporação de bens e reavaliação de ações do grupo Brasal e da holding Santa Maria, de propriedade do pefelista. Deputado federal eleito pelo DF, Tatico transferiu o domicílio eleitoral para Goiás. Mas, ainda em 2002, informou ter duas fazendas, 3% da empresa Itatico e 10 mil cabeças de gado. O rebanho, avaliado hoje em R$ 15 milhões, mais do que dobrou nos últimos quatro anos. Ele não foi localizado ontem para comentar a evolução patrimonial.

Assim como Osório e Tatico, Filippelli não vive também apenas do salário de deputado, cujo valor bruto é de R$12,8 mil. Em quatro anos, ele comprou uma fábrica de refrigerantes avaliada em R$ 1,9 milhão e um terreno no Setor de Mansões do Lago, por R$ 850 mil. O patrimônio dele cresceu de R$ 1,2 milhão para R$ 4,4 milhões. “Antes de entrar na vida pública, eu já era empresário”, justifica. “Minha empresa de engenharia, a Arca Eletron, tem sede em Goiás e nunca prestou serviço no DF”, garante.

Fazenda

Fraga também afirma que vive em padrões compatíveis com o que ganha. Desde 2002, o patrimônio do pefelista aumentou em R$ 900 mil. Ele comprou uma fazenda com 180 alqueires, em Niquelândia (GO), por R$ 200 mil. Também adquiriu uma outra propriedade rural em Água Fria (GO), com 220 alqueires, ao preço de R$ 420 mil, além de dois lotes na Colônia Agrícola Vicente Pires, que segundo ele, valem R$ 70 mil. “Não quitei a fazenda de Água Fria. Vou pagar em oito anos”, afirma Fraga.

Citado na CPI dos Sanguessugas, o deputado Jorge Pinheiro (PL) teve, em termos proporcionais, a maior variação patrimonial: 718%. Apesar da alta evolução, a diferença de R$ 143,7 mil registrada desde 2002 é compatível com o salário de parlamentar.

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