quinta-feira, 8 de dezembro de 2005

Procurador se opõe à prisão de Valério e acusa CPI



Integrantes da CPI dos Correios e o procurador-geral da República travaram ontem (07) uma batalha sobre a necessidade de se pedir ou não a prisão do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Para o relator da CPI, Osmar Serraglio (PMDB-PR), o empresário "atrapalha" as investigações ao adulterar provas contábeis e deve ser preso. Não foi esse, porém, o entendimento do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que afirmou que hoje não existem motivos para pedir a prisão de Marcos Valério.

Ele criticou os parlamentares que insistem na adoção dessa medida. "Essa questão de tem de prender, tem de prender cria um clima ruim para o andamento do inquérito", disse o procurador. Indagado se na sua opinião o real objetivo de integrantes da CPI seria "aparecer" ao pedir a prisão de Marcos Valério, Antonio Fernando foi direto: "Isso dá notícia de jornal." "Hoje não tenho elementos no inquérito para tomar essa iniciativa (pedir a prisão)", insistiu. "Não estou com a previsão de pedir a prisão."

STF

Antonio Fernando explicou que as investigações ainda estão em curso. Elas integram um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF). O inquérito tramita em segredo de Justiça.
Uma eventual prisão de Marcos Valério teria de ser decretada pelo STF, porque o inquérito investiga pessoas com foro privilegiado. "A sugestão da CPI não importa, é irrelevante", declarou o procurador. "A CPI tem o projeto dela. Eu tenho a minha investigação. Não vou atropelar o meu procedimento para atender à CPI", concluiu Antonio Fernando.

Na manhã de ontem, Osmar Serraglio pediu ao delegado da Polícia Federal Luiz Flávio Zampronha a prisão do publicitário. "Estamos preocupados com a movimentação do Marcos Valério. Estamos pedindo providências mais enérgicas", afirmou o relator da CPI. "Ele atrapalha a investigação e isso precisa ser estancado. Uma das formas é a detenção dele", completou.

Outros pedidos

No início das investigações da comissão, os integrantes da CPI pediram que a prisão preventiva fosse analisada por conta da queima de notas fiscais das empresas de Valério. A PF concordou com o pedido, mas o Ministério Público não concordou.

Em julho, o presidente do STF, ministro Nelson Jobim, negou o pedido de prisão de Marcos Valério apresentado pela Polícia Federal alegando que ele deveria ter sido feito pela Procuradoria-Geral da República.

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