Na Câmara dos Deputados, há dificuldades em apontar um favorito para a disputa pela vaga de ministro do Tribunal de Contas da União, a ser definida amanhã, em votação no plenário. Nenhum deputado-candidato de partidos da base do governo tem demonstrado intenção de abrir mão da candidatura para buscar um consenso. Alguns líderes de legendas governistas tentam, apressadamente, reunir parte da base aliada hoje e fazer uma votação prévia. Temem que a multiplicidade de opções inviabilize uma candidatura forte do governo e a vaga fique com a oposição.
Na semana passada, os líderes José Múcio Monteiro (PTB-PE) e Luciano Castro (PL-RR) tentaram viabilizar uma reunião da base para escolher um nome viável. A iniciativa não foi à frente. Hoje, continuarão tentando reunir as bancadas e chegar a um consenso. Sabem que é a primeira votação de peso do governo Luiz Inácio Lula da Silva pós-eleições. Seria um teste para analisar o nível de fidelidade e capacidade de articulação da base no plenário da Câmara de olho na eleição do novo presidente da Casa, no dia 1º de fevereiro. Os ministros do TCU recebem salários de R$ 23,2 mil. O cargo é vitalício.
Os candidatos da base governista são os seguintes: Luiz Antonio Fleury Filho (SP) pelo PTB; o petista Paulo Delgado (MG); o pemedebista Osmar Serraglio (PR); e o ex-deputado José Antonio Almeida (PSB). A oposição aparece com Aroldo Cedraz (PFL-BA) e Gonzaga Mota (PSDB-CE). Corre por fora o secretário-geral da Mesa, Mozart Vianna. Serraglio conta com um possível acerto entre PT e PMDB. Petistas votariam nele em troca de apoio de seu partido à candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara.
Antes de disputarem o cargo no plenário, todos os candidatos terão de passar por sabatinas na Comissão de Finanças e Tributação, todas marcadas para a manhã desta quarta-feira. A votação no plenário, às 16h, será secreta e em turno único. O mais votado será escolhido mas precisará da ratificação do Senado.
Além de votar a indicação do novo ministro do TCU, o plenário também tentará votar amanhã o pedido de cassação do deputado e ex-líder do PP José Janene (PR), acusado de envolvimento com o mensalão e principal cabo eleitoral do líder do governo, Arlindo Chinaglia, em sua campanha pela presidência da Câmara. Hoje, o plenário tem como primeiro item da pauta a votação do projeto de lei complementar nº 249-B, que altera regras no setor de resseguros. Em seguida, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), pretendo colocar em votação o segundo turno da proposta de emenda constitucional que cria o Fundeb.