A Justiça mandou a Polícia Federal ouvir "imediatamente" o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda, no inquérito sobre a conduta do delegado Protógenes Queiroz, mentor da Operação Satiagraha. A ordem judicial acolhe requerimento da Procuradoria da República em São Paulo.
O pedido é subscrito pelos procuradores federais Roberto Antonio Dassié Diana e Fabio Elizeu Gaspar. O inquérito da PF revela que Protógenes mobilizou 84 arapongas da Abin para a Satiagraha e a eles deu pleno acesso a dados confidenciais do inquérito contra o banqueiro Daniel Dantas. O delegado também é acusado de ter permitido a agentes e oficiais de inteligência o uso de senhas secretas de agentes federais.
Os procuradores assinalam que Lacerda era "pessoa responsável pela condução da Abin à época dos fatos". Ele comandou a PF por todo o primeiro mandato do presidente Lula e parte de 2007, até ser deslocado para a direção da Abin - posto que perdeu no início de setembro, quando estourou a denúncia de grampo contra o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Os procuradores Roberto Dassié e Fabio Gaspar requereram o depoimento de Protógenes. O Ministério Público também se manifestou pela quebra do seu sigilo telefônico. Amparado na petição, o juiz federal Ali Mazloum ordenou a abertura dos dados relativos a 25 celulares e rádios utilizados pelo delegado da PF.
A lei prevê a possibilidade de apoio da Abin. O que está por trás disso é a tentativa de tornar as provas da satiagraha ilegais e salvar DD