quinta-feira, 5 de março de 2009

PIB dos estados do NE crescerá mais que o nacional em 2009


A consultoria Datamétrica refez, para baixo, as previsões anunciadas em novembro passado para a economia brasileira, do Nordeste (NE) e dos estados da região para 2009. Pelos novos cálculos, o PIB nacional que iria para 3,55% deverá crescer 1,80%; o do Nordeste, muda de 3,81% para 3,12%. Entre os estados, destacam-se o crescimento de Pernambuco, previsto em 4,9% e do Piauí, em 3,03%, no ano que vem. As mudanças foram baseadas nos últimos dados disponíveis sobre comércio, emprego e produção onde já aparecem efeitos da crise econômica mundial que, segundo o economista Alexandre Rands, presidente da Datamétrica, é menos nociva no Nordeste do que no Sudeste onde predomina a indústria de bens de capital, fortemente afetada.

"Todos os estados do Nordeste e a região, como um todo, vão crescer mais do que o Brasil em 2009", assegura, destacando outros dois fatores importantes para esse resultado: os investimentos sociais do governo federal e o aumento do salário mínimo.

O menor crescimento previsto, de 2,14%, é para Alagoas, estado que, segundo Rands, sofre com instabilidades políticas e a conseqüente ausência de empenho para gerar investimentos, além de reduções nos setores químico e sucroalcooleiro. A diferença de crescimento em comparação com 2008, quando Alagoas alcançou um aumento de 4,57%, é de 53,2%, a maior entre as previstas e que é mesma projetada para o Maranhão que, no ano passado, de acordo com a Datamétrica, cresceu 6,34%.

"O Maranhão será mais atingido pelas quedas na mineração e na siderurgia, podendo também perder na produção de grãos que está sendo direcionada para o Piauí", explica Rands. Para a Bahia, a previsão é de uma elevação de 2,89% do PIB em 2009, um pouco acima dos 2,87% estimados para o Ceará. A economia baiana, na opinião dos economistas da Datamétrica, irá sofrer com a retração dos preços do petróleo e da indústria petroquímica, além da queda na produção de automóveis. A falta de financiamento internacional para a soja, produto que mantém bons preços, e do nacional, para milho e café, também deverá restringir o crescimento baiano.

Contramão ascendente

Na contramão, mas num sentido ascendente, está Pernambuco. A confirmação e o início da construção de grandes investimentos estruturadores no Complexo Industrial e Portuário de Suape e em outras cidades do estado estão fazendo diferença na economia e movimentando empresas de engenharia que já encontram dificuldades de contratar profissionais. "Poucas vezes Pernambuco puxou a economia regional como agora. No ano passado, o PIB do Estado, junto com o do Maranhão e o do Rio Grande do Norte cresceram mais do que o do Nordeste. Este ano, só o de Pernambuco deve repetir esta performance", diz Rands. Os efeitos devem espalhar-se na região a partir de 2010 quando a Datamétrica prevê um crescimento de 3,80% para o Brasil e de 4,51% para o Nordeste, mantendo o regional acima da média nacional. "No ano que vem os estados do NE serão beneficiados pela homogeneização do crescimento e a expansão econômica irá se espalhar centrifugamente", prevê o economista.

Mas até esses resultados reduzirem as desigualdades entre as regiões do Brasil e ampliarem a participação do Nordeste no PIB brasileiro, que hoje está entre 13% e 14%, vai levar muito tempo. O PIB per capta do Nordeste ainda é 47% do nacional e, segundo Rands, poderá chegar a 51% até 2018 mas para atingir 80% do brasileiro, precisaria de pelo menos um século.

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