quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

País lança papel em real mais longo


Com o Global 2028, o Tesouro conseguiu R$ 1,5 bilhão, pagando 10,68% ao ano. O Brasil se aproveitou do forte apetite dos investidores estrangeiros por ativos locais e fez uma nova emissão externa em reais. O Tesouro Nacional lançou ontem o Global 2028, agora o papel em moeda local com prazo de vencimento mais longo, e conseguiu captar R$ 1,5 bilhão (aproximadamente US$ 750 milhões). O papel foi colocado no mercado a um preço de 96,451% do valor de face, com um cupom de 10,25%. O retorno ao investidor ficou em 10,68% ao ano.
A emissão de ontem, liderada pelos bancos JP Morgan e UBS Investment Bank, é a segunda deste ano e a quinta em reais da história do País. No último dia 23 de janeiro, o Tesouro conseguiu US$ 500 milhões com a reabertura do Global 2037, pagando 6,635% ao ano. Já os papéis denominados em reais foram colocados no mercado pela primeira vez em setembro de 2005, captando R$ 3,4 bilhões, com vencimento em 2016 e um retorno de 12,75% ao ano. Depois, em agosto do ano passado, foi lançado o Global 2022, reabertura duas vezes, com um total de R$ 3 bilhões captados. No total, já computado o valor conseguido ontem como Global 2028, o Brasil tem em moeda local R$ 7,9 bilhões colocados no mercado externo.
"A continuidade das emissões em reais é importante porque ajuda a formar uma curva de juros em reais, o que estimula o mercado secundário para os papéis", explica Victor de Souza, da área de Renda Fixa Internacional do Banif Investment Bank. As emissões externas em moeda local também contribuem para reduzir a vulnerabilidade do País a crises cambiais. Além disso, a colocação de um papel em reais com vencimento em 2028 está dentro da estratégia declarada do Tesouro de alongar os vencimentos da dívida do País.
O lançamento do título ontem foi, segundo avaliação de analistas de renda fixa, uma tentativa do governo, bem-sucedida, de se aproveitar do bom momento vivido pelo País aos olhos do investidor estrangeiros. Além do real valorizado, o risco-país em níveis historicamente baixos, a 184 pontos-base, assim como a melhora da perspectiva do rating brasileiro, também favoreceram a emissão.
O retorno pago ao investidor pelos títulos em reais emitidos pelo Tesouro Nacional vem caindo. Na primeira emissão, em setembro de 2005, o risco-país estava em 363 pontos e o retorno ficou em 12,75% ao ano para um titulo com vencimento em 2016. No de ontem, com o risco a 184 pontos, a taxa ficou em 10,68% ao ano, com um título bem mais longo, com vencimento em 2028. O mercado não descarta novas emissões em reais este ano, na tentativa de estimular o mercado secundário para os papéis

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