segunda-feira, 9 de julho de 2007

Heloísa ressurge como alternativa


Heloísa ressurge como alternativa Longe das benesses do poder, mas perto do pulsar das ruas - como diria Franco Montoro - aos poucos o PSOL, capitaneado pela combativa ex-senadora Heloísa Helena (AL), começa a se consolidar como real alternativa de centro-esquerda à polarização PT-PSDB. É o que se pode depreender da sondagem realizada, entre os dias 2 e 6 de julho, pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS). O instituto quis saber em quem os entrevistados votariam se as eleições para presidente da República fossem hoje.

No cenário com a presença do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) aparece em segundo lugar com 14,8% das intenções de votos, atrás do próprio presidenciável tucano, que lidera a pesquisa com 20,7%. Em seguida, figuram o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) com 14%, o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF) com 6,1% e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), com 4,3%. A lanterna, para o desespero de setores do PT, é segurada pela ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT-SP) com 3,3%.

Mas é na ausência de Serra que Heloísa consegue seu melhor e mais alvissareiro desempenho. No cenário em que o candidato do PSDB é o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG), a ex-senadora do PSOL lidera a sondagem com 17,3% das intenções de voto. Aécio aparece em segundo com 15,7% numa espécie de empate técnico com Ciro, que registra 15,5%.

Claro, pesquisa é o retrato do momento, e a ex-senadora pode ter ganhado musculatura pelo fato de o PSOL ter vocalizado no Congresso, durante os últimos meses, a insatisfação de fatia considerável da população com os sucessivos escândalos na política. Embora esteja afastada do centro do poder, Heloísa Helena soube capitalizar, por exemplo, com a crise envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). Foi o PSOL, Heloísa à frente, o autor das representações contra ambos por suposta quebra de decoro no Conselho de Ética da Casa.

Mas sobre a constatação de que, na ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte da expressiva da população começa a enxergar a líder do PSOL como uma alternativa concreta de poder, não pairam dúvidas, diz o cientista político Geraldo Tadeu Moreira Monteiro, diretor-presidente do IBPS. Também não podem ser desconsiderados os 6,5 milhões de votos obtidos por Heloísa nas últimas eleições presidenciais.

Das eleições para cá, a sucessão de escândalos, muitos deles trazidos à tona pelas operações da Polícia Federal, gerou na opinião pública uma espécie de cansaço e indignação que se expressam no voto em Heloísa Helena - disse Geraldo Tadeu.

A pesquisa, feita pelo telefone, ouviu 2002 pessoas nos 27 Estados e Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2%.

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