segunda-feira, 4 de junho de 2007

Novos tempos de estabilidade

A queda do dólar põe alimentos novos na mesa do brasileiro. Produtos como azeite, presunto e manteiga são alguns dos que ficaram mais acessíveis graças à desvalorização da moeda americana.

O cardápio do brasileiro mudou. Produtos, que antes eram considerados de luxo, agora entram na lista de compras do supermercado. Há mais variedade e qualidade na mesa do consumidor brasileiro. A explicação é simples: os preços caíram – efeito da queda do dólar.

Produtos como azeite, presunto e manteiga são alguns dos que ficaram mais acessíveis graças à queda do dólar. A desvalorização da moeda americana também teve influência na inflação. Nos últimos doze meses, o reajuste no preço dos alimentos ficou abaixo dos 2%.Uma boa maneira de economizar no supermercado é prestar atenção nas promoções ou comprar produtos no melhor momento: frutas da época, legumes da estação e, agora, alimentos com preços menores por causa do dólar.

Uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra como os preços de alguns produtos que sofrem influência da taxa de câmbio caíram de maio de 2006 a abril de 2007. O açúcar, cotado no mercado internacional, ficou 16,76% mais barato. A carne de porco, exportada pelo Brasil, caiu 3,23%.

Os preços do macarrão (2,72%) e das massas prontas (2,87%), que têm como base o trigo importado, estão quase 3% menores. O óleo de oliva importado caiu quase na mesma proporção (2,64%), seguido do presunto, praticamente 2,5% mais em conta. No mesmo período, o preço da manteiga caiu 1%.

De acordo com a pesquisa, os produtos que não têm relação direta com a taxa de câmbio tiveram aumentos mais suaves. “Eles regulam bastante de um mês para o outro”, diz uma senhora. “A gente acaba comprando mais quando os preços não sobem”, comenta um senhor.

O que o consumidor vê no supermercado está expresso nos índices de preço. Em doze meses, a alta no preço dos alimentos foi de 1,8%, abaixo da inflação no período, que foi de 2,8% no Brasil.

Já nos Estados Unidos, os alimentos estão pressionando os índices de preço. Lá, eles subiram 3,7%, mais do que a inflação do período, que foi de 2,5%. Na Inglaterra, os alimentos aumentaram 6%, mais do que o dobro da inflação: 2,8%.

“Toda vez que você tem uma diminuição da taxa de inflação, isso melhora o poder aquisitivo. O poder de compra deste salário tende a aumentar. Isso é uma coisa que a gente já tem verificado, e parte disso tem a ver exatamente com esta valorização cambial”, explica o economista da FGV, Salomão Quadros.

Em um ano, a desvalorização do dólar no Brasil é de quase 18%. A moeda americana está cotada no menor valor desde novembro de 2000: cerca de R$ 1,90.

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