sábado, 23 de junho de 2007

O Brasil de Serra a Renan, passando pelos bancos e todo esse esquema do "show da vida"

A Polícia Militar invadiu e retirou os estudantes que ocupavam a sede da reitoria da UNESP. Muitos foram algemados, conduzidos a uma Delegacia e lá prestaram depoimentos. Típica característica do governo Serra, de qualquer governo tucano.

Outra Polícia, a Federal, encontrou diferença de 600 mil reais nas notas entregues pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, para provar que pagou do seu próprio dinheiro a pensão a Mônica Veloso, mãe de uma filha do senador. Nada a ver com a Construtora Mendes Júnior.

O senador José Sarney, antigo desafeto de Renan, luta com todas as forças possíveis para evitar que o presidente da chamada Câmara Alta seja condenado e forçado a renunciar. Primeiro à presidência, depois ao próprio mandato. É que a Polícia Federal dá sinais de que mesmo no esquema de notas fiscais montado para livrar a cara de Renan existem indícios de que a figura esteja envolvida em outras maracutaias, essas referentes à Operação Hurricane.

O que Sarney quer é que o caso seja enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) e julgado por lá. Isso pouparia os senadores do desgaste de absolver sua excelência. Daria uma "sobrevida"; na prática, tempo para Renan ajeitar alguns esquemas e sobreviver. Com amigos como Sarney, Renan Calheiros não precisa de inimigos.

O senador Waldir Raupp, do PMDB, retirou o projeto que pretendia excluir os negócios bancários do Código de Defesa do Consumidor. Foi alertado que na atual conjuntura isso soaria como grande negociata, afinal, banqueiros são os principais controladores do Estado brasileiro.

Vão ter que procurar outra forma de poder continuar a cobrar juros extorsivos, taxas mágicas para aumentar o lucro. A saída vai ser promover um encontro em Comandatuba uma vez por ano, ou duas e tentar segurar o esquema por lá.

Há cerca de uma semana um juiz disse mais ou menos o seguinte numa ação de uma cliente contra o banco Itaú. É que tinham sumido cem reais da conta da cliente em questão e, segundo o banco, foram presidiários que usaram o esquema de internet via celular para colocar cartões pré-pagos em suas maravilhas tecnológicas.

Disse o juiz: o fato existiu, o dinheiro foi subtraído, a segurança do banco falhou, a cliente foi lesada, o banco negou-se em princípio a restituir o valor, havia o dano moral evidente, mas, sempre o "mas", condenava o banco a restituir apenas os cem reais. Deu a entender que o banco não tem culpa e nem tem responsabilidade nesse tipo de negócio.

Em qualquer parede de qualquer organização dessas, senadores desses, deputados daqueles, Serras da vida, pode ter certeza, vai ter um diploma qualquer de melhor isso, melhor aquilo, exemplo disso, exemplo daquilo.

É a característica do modelo. O importante é o diploma na parede e o currículo de realizações e benfeitorias que qualquer agência de publicidade vende, pois sabe onde estão os trouxas, sabe o tamanho do palco da "sociedade do espetáculo".

A decisão de desocupar a reitoria da UNESP foi tomada num momento que o governo Serra avaliou que, se assim não fosse feito, todo o projeto de acabar com a autonomia das universidades estaduais iria por terra. Isso levando em conta a ocupação da reitoria da USP, onde, na avaliação do governador, o assunto foi mal conduzido e transformou-se num abacaxi nacional para o "eficiente" líder tucano.

A prisão de estudantes à guisa de prestar depoimentos tem o nítido caráter intimidatório, faz parte do repertório udeno/tucano.

Deve ter sido aconselhamento dos policiais do FBI (Federal Bureau of Investigation), que tanto operam na segurança dos Jogos Pan-Americanos, como "ensinam" a policiais brasileiros a lidar com motins, manifestações contra governos, garantir o direito à propriedade privada, uma série de providências que precede a oficialização do País como Roça de Cana, mais novo estado agregado do Texas.

A Ordem do Cruzeiro do Sul vai ser substituída, nesse esquema, pela Ordem Zé Pastinha e vai ser conferida àquele que melhor encaçapar bolas dos mais variados matizes e valores no velho esquema Ademar de Barros: "para a frente e para o alto na direção do Planalto".

No mais, a grande preocupação da GLOBO neste momento é com o IBOPE da nova novela das sete. Ainda não emplacou, e isso é grave. Do contrário, como continuar mantendo as pessoas convictas de que comprar nos shoppings do PROJAC confere diploma e status de cidadão de primeira linha.

Isso acaba em Camp David, no Texas. Ou num botequim onde só se entra de nariz tampado e por vários motivos. Não é só pelo cheiro que exala do sanitário, não. É pelo que passa por baixo da mesa.

Laerte Braga é jornalista. Nascido em Juiz de Fora, trabalhou no Estado de Minas e no Diário Mercantil.

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