O Brasil bateu o recorde de criação de empregos no ano passado, com 1,91 milhão de novos postos formais, 5,77% a mais do que em 2005, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2006. Este foi o melhor resultado desde 1985, quando começou a ser feito esse levantamento. Para as mulheres, o mercado formal cresceu 6,5% e para os homens, 5,2%, com relação a 2005, mas elas continuam com salários menores, segundo o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, ao divulgar os números ontem.
Na sua avaliação, estabilidade econômica e retomada do crescimento da atividade produtiva explicam o resultado. A expectativa de Lupi é que sejam criados pelo menos 2,2 milhões de empregos formais neste ano, o que quebraria mais um recorde.
Até outubro, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou 1,812 milhão de trabalhadores formais, mas este número deve cair, como ocorre tradicionalmente em dezembro, por causa do fim dos contratos temporários para as festas de Natal e Ano Novo.
O resultado da Rais é mais abrangente do que o do Caged, anunciado todos os meses. Os números da Rais referem-se à geração de empregos formais nos setores público e privado, ou seja, nesta relação constam todos os empregados com carteira assinada e também os empregados estatuários, além dos avulsos e temporários, enquanto o Caged só contabiliza os empregados formais do setor privado.
No ano passado, o Caged registrou um saldo de 1,228 milhão de novos postos de trabalho com carteira assinada.
A Rais indentificou ainda o crescimento de 11,97% na massa salarial dos trabalhadores (essa é a maior variação desde 1995).
A formalização dos trabalhadores está crescendo mais do que a informalidade - disse Lupi.
O estoque de empregos gerados, segundo a Rais, no período de 2003 a 2006 é de 6,47 milhões. Já o montante de trabalhadores ativos é de 35,2 milhões em 2006, número 5,77% superior aos 33,2 milhões computados em 2005.