terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Exportação sobe 24% e vai de avião à cerâmica


Apesar da valorização do real, as exportações brasileiras de manufaturados para o Panamá atingiram US$ 369 milhões em 2007, alta de 24,4% em relação a 2006. Esse percentual é superior ao aumento de 11,4% das vendas brasileiras totais de produtos industrializados, conforme a Secretaria de Comércio Exterior. Os manufaturados representam quase 97% das vendas totais do Brasil para o Panamá.

Os aviões tiveram um peso relevante, respondendo por 36% das vendas totais do Brasil aos panamenhos. Segundo a a Embraer, a Copa Airlines comprou 15 aviões dos quais 11 já foram entregues. A Copa é a única companhia a operar um jato comercial da Embraer no Brasil com rota Manaus-Cidade do Panamá. Também coube à aérea panamenha receber o 200º jato modelo Embraer 190 produzido pela brasileira.

Depois dos aviões, os principais itens da pauta de exportação do Brasil para o Panamá são preparações para elaboração de bebidas (9% do total), automóveis (4%) e ladrilhos de cerâmica (1%). Mesmo itens intensivos em mão-de-obra, que sofrem com o real forte, conseguem espaço. Segundo Rafael Schefer, gerente de exportação de fabricante de calçados West Coast, as vendas para o Panamá dobraram em 2007. "O dólar não atrapalha, porque o consumo é forte e tem muito investimento."

Conforme o superintendente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer), Antônio Carlos Kieling, "o Panamá está no alvo em 2008". Ele compara a pujança do país a Dubai. Segundo o executivo, a América Central é o terceiro mercado das cerâmicas brasileiras no exterior e responde por 17% das exportações.

Estudo da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) apontou oportunidades para o Brasil no mercado panamenho em setores como móveis, têxteis, plásticos, chocolates, balas, pedras preciosas, materiais elétricos e eletrônicos, alimentos, cerâmica, metalurgia, máquinas e tratores e produtos de limpeza.

Para entrar no mercado ou aumentar sua participação, 57 empresas desses segmentos, com apoio da Apex, participam, entre 5 e 8 de março, da Expocomer, na Cidade do Panamá. Entre as companhias, a maior parte de pequeno porte, também estão empresas como Sadia, Bombril e Nigro. A expectativa da Apex é que a feira gere negócios de US$ 20 milhões nos 12 meses seguintes. "Houve uma demanda dos setores por uma participação mais ativa no Panamá", diz Maurício Borges, coordenador de negócios da Apex.

O Brasil é o terceiro maior fornecedor de máquinas e equipamentos para o Panamá. Dos US$ 16 milhões que o país caribenho importa desses produtos, 28% vêm do Brasil. O Panamá não produz bens de capital e a tarifa de importação é de apenas 5%. Entre 2002 e 2006, as exportações brasileiras de máquinas para esse destino cresceram 62%. Por conta do desempenho da construção civil, crescem as compras no Panamá de máquinas como carregadoras e betoneiras.

Junto com a explosão do ramo imobiliário, o setor de móveis obtém um bom desempenho no Panamá. O país importa todos os móveis que consome. É um mercado competitivo, principalmente no segmento de alta renda, com a presença de marcas exclusivas dos EUA e da Europa. O Brasil é o quinto maior fornecedor. Em 2007, as exportações de móveis do Brasil para o Panamá subiram 10%.

"A moda do Brasil faz sucesso no Panamá", diz Manuel Ferreira, do departamento econômico da Câmara de Comércio e Indústria do Panamá. Mas a competição no setor têxtil com as empresas asiáticas, principalmente chinesas, que mantêm grandes armazéns na Zona Livre de Colón (ZLC), é feroz.

Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial do Panamá, fornecendo 27% das importações do país e recebendo 38% das exportações. (RL)


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