terça-feira, 11 de março de 2008

Governo estuda fundo para financiar o setor


Com o mercado de imóveis superaquecido, governo e setor privado avaliam, em conjunto, a criação de uma fonte alternativa de recursos para apoiar o crédito imobiliário. Na avaliação do Ministério da Fazenda e das construtoras, em três ou quatro anos, o dinheiro garantido pela caderneta de poupança — R$ 18,3 bilhões no ano passado — não será capaz de atender a demanda. Para evitar o choque entre oferta e procura, está em análise a formação de fundo de recebíveis.

O governo já repassou aos representantes das empresas o rascunho do projeto, mas ainda aguarda resposta. Apesar de embrionária, a idéia agrada a boa parte das companhias que atuam no segmento de construção e incorporação, especialmente porque dará maior liquidez e segurança ao ambiente de negócios. Além disso, o fundo tende a tornar os títulos lastreados em financiamento imobiliário bem mais atrativos.

O secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, explicou ontem, em um seminário no Centro de Convenções, a associações de construtores e a empresas de materiais de construção as linhas gerais do projeto. Segundo ele, as vantagens para o Brasil são enormes e o modelo é moderno e eficiente. “Levamos essa discussão ao setor privado. Trata-se de um fundo garantidor de liquidez”, resumiu Appy.

Esse instrumento de crédito será gerido pelo setor privado, sem garantias oficiais. Caberá aos órgãos de governo propor regulamentações. Um dos alvos dos novos títulos serão os fundos de pensão. Esses agentes, apostam as companhias imobiliárias, têm grande interesse em participar do boom imobiliário.

De acordo com Bernard Appy, o formato do fundo levará em conta a experiência dos Estados Unidos no mercado secundário de ações imobiliárias e tentará não cair em armadilhas que hoje afligem os investidores em todo o mundo. “Tudo o que está sendo feito é no sentido de não repetirmos os erros praticados pelos americanos”, disse. Para Appy, essa alternativa de financiamento poderá, inclusive, reduzir as taxas de juros cobradas por bancos e construtoras, o que favoreceria o tomador de empréstimos.

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