terça-feira, 4 de março de 2008

Herbert defende uso de células-tronco em pesquisas


O Supremo Tribunal Federal (STF) decide amanhã se o Brasil poderá ou não fazer pesquisas com células-tronco de embriões humanos. O julgamento, polêmico, divide cientistas de um lado e religiosos de outro; a dúvida é sobre onde começa a vida e termina o sofrimento de portadores de doenças graves. O músico Herbert Vianna, líder dos Paralamas do Sucesso, diz não se lembrar de que o julgamento ocorreria nesta semana. Se em algum momento o discutiu, esqueceu. A falta de memória recente de Herbert é conseqüência do acidente aéreo que sofreu há sete anos, em fevereiro de 2001, que matou sua mulher, a jornalista inglesa Lucy Needham, e o deixou em uma cadeira de rodas.

Defensor das pesquisas com células-tronco embrionárias e convidado a comentar o assunto, Herbert afirma que se o Supremo proibir as pesquisas, o Brasil condenará "à desesperança completa" pessoas que "batalham com uma dificuldade tão delicada". Para o músico, não é "pecado transcendental" se as células-tronco forem usadas para o bem, para ajudar a vida de outras pessoas.

Herbert reconhece que a vida começa com a fecundação do óvulo, mas reage à declaração de católicos que dizem que o uso de células-tronco embrionárias é um crime contra a vida. Para o músico, a posição dos católicos é uma "hipocrisia rasteira".

Eu gostaria de lembrar com a maior clareza possível pra eles (católicos), se é mais criminoso você condenar à desesperança e à não-perspectiva pessoas que estão batalhando com dor e com dificuldades, rastejando na sua existência - disse.

O que Herbert reclama é o fato de as pesquisas usarem somente células-tronco com embriões fertilizados in vitro e descartados há três anos e que tenha autorização do casal, conforme estabelece a Lei de Biossegurança, de 2005. A lei foi questionada em uma ação direta de inconstitucionalidade pelo ex-procurador-geral da República Claudio Fonteles, que tem o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O músico explicou que ainda não faz nenhum tratamento a partir de pesquisas com células-tronco mas está antenado com as informações passadas por seus médicos e pelo seu pai, Hermano Vianna. E mesmo com a limitação da cadeira de rodas, Herbert aproveita sua exposição na mídia para defender as pesquisas, que podem resultar em novos tratamentos para dezenas de pacientes - inclusive ele mesmo.

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