terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Candidatura ao governo racha tucanos no PR

O diretório do PSDB no Paraná indicou ontem o prefeito de Curitiba, Beto Richa, como pré-candidato do partido ao governo estadual. A indicação de Richa recebeu 41 votos entre os 42 integrantes do diretório.

O senador Álvaro Dias, que disputa a indicação com Richa, não compareceu. Ele disse que a indicação de Richa é ilegal, já que pela Justiça Eleitoral apenas a convenção partidária, prevista para junho, é válida.

"Foi uma desonestidade política. O diretório no Paraná não passa de um comitê eleitoral de Richa", afirmou o senador.

"Não existe qualquer ilegalidade", respondeu Richa. "Existe consenso de que o partido precisava definir um candidato para buscarmos alianças. Era um anseio de militantes."

Para Álvaro Dias, a indicação de Richa beneficia as candidaturas presidenciais de Dilma Rousseff (PT) e Ciro Gomes (PSB). ""O comitê eleitoral de Richa, esse diretório que aí está, pensou na situação estadual, não no projeto nacional do partido. A candidatura [do tucano José] Serra vai perder mais de 1 milhão de votos no Estado com essa atitude", disse.

Richa afirmou que fará Serra ser ""muito bem votado no Paraná". Para ser candidato, o prefeito terá que deixar a administração de Curitiba até 3 de abril. Em seu lugar assumirá Luciano Ducci (PSB).

No governo municipal, Ducci pode abrir palanque para Ciro Gomes. O pessebista, entretanto, só declarou apoio a Richa. Sobre quem apoiar na eleição presidencial, disse esperar "o encaminhamento adequado do partido". "Não posso fazer exercício de futurologia."

Osmar Dias

A decisão do PSDB em indicar Richa foi recebida com euforia no diretório do PDT-PR. Com a indicação de Richa, o senador Osmar Dias -pré-candidato do PDT ao governo- passa agora a contar com o apoio explícito do irmão Álvaro Dias.
A indicação de Richa abre ainda a possibilidade de Osmar Dias fechar aliança com o PT.
Osmar acusa Richa de trair um acordo feito na época da reeleição para a Prefeitura de Curitiba. Segundo ele, Richa seria apoiado, como foi, por Osmar e retribuiria o apoio para a disputa do governo. O tucano nega ter feito o acordo.

O governador Roberto Requião (PMDB), pré-candidato ao Senado, também gostou da escolha do PSDB. Cortejado por Richa e com a candidatura peemedebista (o vice-governador Orlando Pessuti) patinando, Requião negocia apoio informal aos tucanos.

Em troca, o PSDB não lançaria Gustavo Fruet ao Senado, acordo que pode ser fechado amanhã, entre o senador Sérgio Guerra e Requião.

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