quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ciro acena à candidatura ao governo de SP


O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) não definiu claramente ontem, como queria o PT, sua opção de candidatura nas eleições de 2010. Deixou em aberto, durante reunião com os partidos aliados marcada para pressionar um desfecho, sua decisão entre se candidatar ao governo do Estado de São Paulo ou à Presidência.

Embora tenha dito, na Câmara, que a possibilidade de entrar na sucessão paulista era "remota", "improvável" e "quase impossível", ontem, em reunião com dirigentes paulistas do PT, PSB, PCdoB e PDT, afirmou que ainda é cedo para a definição. Segundo relato de participantes da reunião, ele teria dito que aceitaria o desafio de candidatar-se em São Paulo se isso fizesse parte de um "projeto nacional", apesar de preferir a Presidência.

A decisão ficou marcada para 5 de abril, dois dias após o prazo final para desincompatibilização dos ocupantes de cargos executivos que tenham interesse em disputar as eleições.

A data foi escolhida porque Ciro avalia que são grandes as chances de o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), não ser candidato à Presidência, o que aumentaria suas chances na disputa pelo Planalto e dificultaria a eleição em São Paulo. Ciro diz não acreditar que a candidata do PT, ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), tenha chances de vencer. Avalia ser ele o mais competitivo para uma candidatura governista e que as pesquisas em março mostrarão isso.

Aliados, entretanto, avaliam que não interessa ao PSB definir agora a candidatura Ciro. A indefinição ajudaria na negociação do partido mais à frente, inclusive sobre a possibilidade de ficar com a vice na chapa governista.

Até 5 de abril duas reuniões estão agendadas para tentar convencê-lo do contrário. Uma com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra com o mesmo grupo que se reuniu ontem, em 15 de março. Os petistas tentarão tirar uma decisão, tendo em vista que um dos postulantes do PT na disputa estadual, o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, seria prejudicado se a indefinição passasse de março.

Petistas avaliaram, porém, que houve avanços no encontro. "Ele deixou as portas abertas", afirmou o presidente do PT-SP, Edinho Silva, para quem Ciro ficou "sensibilizado" com as condições de campanha oferecida: coligação com nove partidos, podendo chegar a onze; maior tempo de televisão; apoio de cerca de duzentos prefeitos dos 645 do Estado, das centrais sindicais e dos movimentos sociais; diagnóstico do Estado pronto e programa de governo viabilizado. "Não queremos forçá-lo a nada mas, que ele tenha segurança de que terá todo o apoio necessário para a campanha", disse Edinho.

Ciro disse querer que sua candidatura em São Paulo seja parte de um "projeto nacional", o que, para integrantes da reunião, significa não ser abandonado em uma campanha considerada difícil. Desde 1995 no comando do Estado, os tucanos têm apoio de mais de 400 prefeitos e o ex-governador Geraldo Alckmin, possível candidato do PSDB, lidera pesquisas.

O discurso das "portas abertas" foi confirmado pelo presidente do PSB-SP, deputado Márcio França, que trabalha para que Ciro aceite disputar São Paulo. "Nada está definido", afirmou. Dentro do PSB, há grande interesse de que Ciro não dispute o Planalto. Isso interessa à cúpula do partido presidido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, candidato à reeleição que não quer se ver em oposição interna e nacional a um correligionário.

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