sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Desemprego sobe menos e renda aumenta em janeiro

Os resultados de janeiro da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) confirmaram o bom momento do mercado de trabalho brasileiro. Apesar do natural aumento da taxa de desocupação, que passou de 6,8% em dezembro para 7,2% no mês passado, a fotografia de janeiro mostrou a menor elevação do desemprego da série histórica para o período entre dezembro e janeiro, além de ter registrado aumento de 1,1% do rendimento para a população ocupada.

"O mês de janeiro foi cheio de recordes. Se a crise não acabou, estamos passando por ela de forma bastante interessante", frisou Cimar Azeredo, gerente da PME. "Os resultados mostram que o cenário econômico está mais favorável e o mercado de trabalho está com mais vigor", disse.

A taxa de desocupação de janeiro foi a melhor para o mês desde o início da série histórica, atrás apenas dos 6,8% de dezembro de 2008 e dezembro de 2009. O volume de ocupados, de 21,605 milhões, também foi o maior para um mês de janeiro, assim como o volume de desocupados, de 1,687 milhão, foi o menor para um primeiro mês do ano.

Janeiro também apontou a queda da informalidade, já que o volume de empregos com carteira assinada no setor privado subiu em 71 mil, embora a alta de 0,7% seja considerada estatisticamente como estabilidade. Azeredo explicou que o movimento é natural no primeiro mês do ano, já que a dispensa após o aquecimento das vendas em dezembro costuma atingir principalmente os contratados sem carteira. Nesse segmento houve queda de 5,1% no volume de ocupados em relação a dezembro, o equivalente à perda de 142 mil postos de trabalho.

A dispensa natural de empregados em janeiro também beneficiou o rendimento médio da população ocupada, que subiu 1,1% na comparação com dezembro, para R$ 1.373,50. "A tendência é de dispensa dos recentemente contratados, que ganham menos", explicou Azeredo.

Na comparação com janeiro do ano passado, o rendimento caiu 0,4% e o técnico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) creditou o recuo ao comportamento ruim do mercado de trabalho no ano passado, quando houve uma maior dispensa de pessoal, o que acabou elevando mais o rendimento médio.

A notícia ruim ficou por conta do setor industrial, no qual houve dispensa de 79 mil trabalhadores entre dezembro e janeiro, uma queda de 2,2% - considerada estabilidade pelo IBGE. O movimento foi considerado natural, já que apenas o setor de serviços prestados às empresas apresentou alta, de 2,1% - também estabilidade -, ou 67 mil postos de trabalho a mais. A piora na indústria ficou mais explícita na comparação com janeiro do ano passado. Nessa relação a indústria fechou 59 mil postos de trabalho, uma queda de 1,6%, puxada pelo tombo de 5,6% em São Paulo, que representa 40% do mercado de trabalho do setor no país, com o fechamento de 104 mil postos em relação a janeiro do ano passado.

"A indústria ainda mostra algumas mazelas no mercado de trabalho. Continua menor que no ano passado e, embora seja estatisticamente estável, mostra trajetória de queda", ponderou Cimar Azeredo.

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