terça-feira, 4 de novembro de 2008

Depois das eleições, Kassab elogia Lula e pede recursos

Prefeito quer parceria com a União na expansão do metrô paulista

O prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), jogou para o passado a dureza da campanha contra a candidata petista, Marta Suplicy – apoiada sem restrições pelo Palácio do Planalto – e foi ontem ao gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedir recursos do governo federal para assegurar investimentos em infra-estrutura e saúde na capital paulista. Em seu périplo pela Esplanada, Kassab elogiou Lula e o agradeceu pelo "excelente" relacionamento entre governo federal e prefeitura, em sua gestão.

– Sou o prefeito de São Paulo e, nessa condição, tenho discutido rotineiramente todos os assuntos. Não parei de discuti-los nem durante a campanha – disse o prefeito, quando questionado se não se sentia constrangido de conversar com Lula depois de derrotar sua candidata à prefeitura de São Paulo em uma campanha aguerrida.

Kassab preocupou-se, sobretudo, em conseguir do governo federal reforço de caixa para sustentar a obra de expansão do metrô de São Paulo, que é de responsabilidade da administração estadual. O prefeito sugeriu uma parceria entre governo do Estado e União na ampliação da malha metroviária da capital, com garantia de contrapartida da prefeitura no projeto. De acordo com Kassab, Lula afirmou que a equipe econômica estudará a viabilidade da cooperação.

Segundo o prefeito, a questão do endividamento do município não foi abordada na reunião. Até agosto, São Paulo contava com uma dívida consolidada líquida calculada em R$ 39,6 bilhões, contra uma receita corrente líquida de R$ 20 bilhões. Outro assunto tratado no encontro foi a possibilidade de mudanças nas áreas vizinhas ao Aeroporto de Congonhas, localizado em uma região residencial.

De olho em 2010

Diplomático ao tratar a delicada relação entre prefeitura e governo federal, administrações adversárias politicamente, Kassab negou qualquer possibilidade de uma eventual candidatura sua à Presidência da República em 2010. Também disse que seria "muito cedo" para discutir a sucessão presidencial. Logo depois, contudo, se contradisse e defendeu como "natural" uma aliança entre PSDB, DEM e o hoje aliado governista PMDB em torno da candidatura do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), ao Palácio do Planalto na sucessão do presidente Lula.

– Na cidade de São Paulo, existe uma aliança que vai muito bem, a dos Democratas com o PSDB, com o PMDB, e essa aliança também existe no campo estadual e também vai muito bem – afirmou o prefeito. – É natural que eu queira, dentro do meu partido, defender que essa aliança exista a nível nacional. Em 2010, vamos, evidentemente, fazer com que essa aliança possa ser repetida em dimensão nacional.

Kassab foi uma bem-sucedida aposta de Serra nas eleições. Ao apoiar o Democrata e jogar para escanteio no primeiro turno o candidato tucano, Geraldo Alckmin, o governador de São Paulo demonstrou força dentro do partido e aumentou seu cacife para 2010, frente a uma possível disputa interna na legenda com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. À medição de forças dentro do PSDB, soma-se a importância do apoio do PMDB – hoje com 1.203 prefeituras sob sua administração – na disputa de 2010.

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