quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Lula estuda mudanças nos ministérios


A disputa entre PT e PMDB pela presidência do Senado abre espaço para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promover uma reforma ministerial entre o final de 2008 e o início de 2009. As mudanças, segundo interlocutores próximos ao presidente, teriam como principal objetivo melhorar o quadro de ministros e acomodar as forças políticas com vistas a corrida ao Palácio do Planalto em 2010.

"Existe um movimento dentro da base aliada para ocupar espaços de olho nas eleições de 2010. Neste cenário, estão envolvidas as duas maiores forças políticas governistas (PT e PMDB)", avalia Murilo Aragão, cientista político da consultoria Arko Advice. Segundo ele, as eleições no Congresso Nacional vão definir o grau de relacionamento entre as duas legendas. "Se os peemedebistas insistirem em ter o comando das duas Casas no Congresso, o PT certamente vai cobrar do presidente Lula que os aliados percam espaço no governo", destaca Murilo Aragão.

Em conversas com aliados, Lula defende a candidatura do senador Tião Viana (PT-AC) para a presidência do Senado e reclama da insistência do PMDB em ter candidato próprio. Apesar da vontade, os peemedebistas ainda não definiram um nome para a sucessão na Casa.

O PT, segundo levantamento realizado pela Arko Advice, está de olho no Ministério das Relações Institucionais, hoje ocupado por José Múcio Monteiro (PTB-PE). Os petistas consideram a pasta estratégica, já que é responsável pela negociação de convênios com estados e municípios e pela liberação de emendas parlamentares. A sede do partido pode aumentar se Viana não conquistar a presidência do Senado.

O problema é que Lula está satisfeito com o trabalho de Múcio. A solução neste caso seria deslocar o petebista para o Ministério do Turismo. Outras opções para a pasta são Marta Suplicy (PT-SP) e o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Algumas lideranças do PT já cobram o retorno da ex-prefeita para o Turismo como um meio de cacifar o nome dela para a disputa pelo governo do estado de São Paulo daqui a dois anos. Os dois também são cotados para a pasta das Cidades.

"No Ministério da Justiça, Tarso Genro (PT-RS), pode ser substituído por Nelson Jobim (PMDB-RS), que passaria a ter um papel semelhante ao de Márcio Thomaz Bastos no primeiro mandato de Lula. Ou seja, uma função de aconselhamento estratégico ao governo", observa Aragão, que acredita que com saída de Jobim Aldo Rebelo (PCdoB) poderia assumir a Defesa. "Os comunistas e socialistas integram a base de sustentação do governo e vão lutar para manter seus cargos", lembra.

Geddel na Saúde

O governo federal ainda articula para reduzir o racha na base aliada com a eleição na Câmara. Por isso cogita-se a hipótese de oferecer ao deputado Ciro Nogueira (PP-PI) a pasta de Integração Nacional. Com isso, o Planalto espera que ele desista de concorrer com Michel Temer (PMDB-SP) à presidência da Câmara. O parlamentar, entretanto, já adiantou que não troca a sua candidatura por um cargo de ministro. "Chance zero", rebateu Ciro Nogueira.

"Para não ficar sem cargo, Geddel Viera Lima pode ir para a Saúde, sobretudo porque o ministro José Gomes Temporão não tem o apoio integral do PMDB", diz o cientista político da Arko Advice. Os petistas também almejam o Ministério do Trabalho. Para entregar a Pasta para os correligionários, Lula terá de encontrar um espaço para o PDT, de Carlos Lupi (RJ). "`Poderia haver uma troca. José Pimentel (PT-CE) sairia da Previdência e assumiria o Trabalho", acrescenta Aragão.

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