quarta-feira, 4 de junho de 2008

Estatais federais investem 8,9% mais até abril, já descontada a inflação


Os investimentos das empresas estatais federais cresceram nominalmente 18,65% nos primeiros quatro meses de 2008, comparativamente a igual período do ano passado. Segundo o Ministério do Planejamento, o montante desembolsado com esse tipo de despesa chegou a R$ 13,387 bilhões, ante R$ 11,283 bilhões verificados de janeiro a abril de 2007. Pelos cálculos da Associação Contas Abertas, organização não-governamental dedicada à análise de gastos do setor público, se for considerada a inflação, o valor investido no primeiro quadrimestre desse ano é o maior dos últimos dez anos para períodos correspondentes.

A entidade considerou, em seus cálculos, a inflação do IGP-DI, um dos índices gerais de preços apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Por esse critério, os investimentos das estatais controladas pela União cresceram, em termos reais, 8,88% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado. Em relação a igual período de 2006, o avanço foi ainda mais expressivo. O aumento real chegou, nesse caso, a 47,67%, refletindo o efeito do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), criado e implementado pelo governo desde janeiro de 2007.

Conforme a Contas Abertas, olhando para uma série histórica iniciada em 1995, em termos reais, o valor investido pelas estatais federais no primeiro quadrimestre de 2008 só não supera o dos primeiros quatro meses de 1998, quando o montante alcançou o equivalente a R$ 15,33 bilhões a preços atualizados pelo IGP-DI.

Medido em relação ao tamanho do orçamento anual, porém, os investimentos das estatais federais no primeiro quadrimestre mostraram até ligeira piora na comparação com 2007. Foram investidos, até abril, 21,3% do autorizado para 2008. (R$ 62,94 bilhões). Ao final de abril de 2007, o percentual de execução orçamentária de investimentos das estatais estava em 22,7%.

Como nos anos anteriores, o desempenho, nesse critério, não foi uniforme para todas as empresas. Responsável por R$ 12,16 bilhões, do total de R$ 13,38 bilhões investidos no quadrimestre, o grupo Petrobras ficou um pouco acima da média e executou 24,2% do seu orçamento anual. Já os investimentos do Grupo Eletrobrás limitaram-se, até abril, a R$ 791,98 milhões, apenas 13,4% do autorizado para o ano todo. Um dos melhores percentuais de execução orçamentária foi o da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), que conseguiu investir, em quatro meses, R$ 642,2 mil, 35% do programado para o ano. Mas a participação da empresa é pequena no total e isso pouco influenciou a média.

Os dados do Ministério do Planejamento mostram ainda que os investimentos das companhias docas continuam travados. As sete que saíram do controle do Ministério dos Transportes e passaram para a alçada da Presidência da República (Docas do Rio Grande do Norte, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Espírito Santo, Bahia e Pará) investiram, em média, até abril, só 3,8% do autorizado para o ano. E a Companhia Docas do Maranhão, que permaneceu no âmbito do Ministério dos Transportes, sequer investiu, segundo o Planejamento.


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