quinta-feira, 19 de junho de 2008

PT representa contra lobista no caso Alstom


Empresário é suspeito de intermediar negócios entre a multinacional e governos tucanos

A bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo encaminhou ontem ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pedido de investigação sobre seis empresas que têm como sócio o empresário José Amaro Pinto Ramos. Cinco delas funcionam no mesmo endereço em São Paulo e outra na cidade de Indaiatuba.

A representação tem como base matéria publicada ontem pelo Estado, mostrando que o empresário ligado ao PSDB passou a ser investigado no caso Alstom. De acordo com o líder do PT na Assembléia, Roberto Felício, é preciso apurar se Ramos praticou crime de lavagem de dinheiro.

As empresas em questão são a EPCint Desenvolvimento de Negócios, EPCint Importação & Exportação, EPCint Assessoria Técnica, Lutécia Administração e Participações, Vitrus Consultoria de Mercados e Ecopro Tratamentos e Recuperações Industriais. De acordo com a representação, “são sérios os indícios de que o representado tenha recebido vantagem indevida proveniente de intermediações ou mesmo de serviços fictícios prestados pelas empresas das quais é sócio ao conglomerado Alstom”.

QUEBRA DE SIGILO

“A gente entende que é necessária a quebra do sigilo bancário e fiscal do representado e das empresas de que é sócio, com o objetivo de examinar a compatibilidade entre os serviços de consultoria contratados pela Alstom e os que realmente foram prestados pelas empresas do representado”, afirmou Felício.

O empresário nega que tenha feito intermediações de negócios entre a Alstom e os governos federal e de São Paulo. Mas admite que, no início da década de 90, a EPCint trabalhou para conseguir crédito externo para a produção nacional de trens à Linha 3 do Metrô.

“Nesse período, trabalhamos com a Alstom e vários de seus concorrentes em diferentes projetos competitivos. Com a evolução positiva do crédito brasileiro, esse tipo de operação deixou de ser interessante e a EPCint deixou de realizá-la. Há oito anos, não temos atividades nesta área, nem com a Alstom especificamente”, afirmou Ramos. Sobre a representação petista, ele informou que só se pronunciará quando for notificado oficialmente pelo Ministério Público Federal, caso a representação seja aceita.

O Ministério Público da Suíça - além do da França e do Brasil - investiga suposto esquema de propina paga a integrantes do governo paulista em troca de contratos milionários. Na Suíça, foram apreendidos documentos da Alstom, indicando que o esquema esteve vigente pelo menos de 1998 a 2001. Os valores das comissões chegam a R$ 13,5 milhões. Bilhetes mostram possíveis participações de integrantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), da Secretaria de Estado de Energia e até de um secretário que trabalhava diretamente com o governador Mário Covas.

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