terça-feira, 17 de junho de 2008

Ministros divergem sobre atuação eleitoral


Os ministros de diferentes partidos vão tentar hoje, mais uma vez, chegar a um consenso sobre como vão se comportar nas eleições municipais deste ano. Em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eles vão debater as diretrizes para saber como poderão ajudar seus candidatos sem ferir o equilíbrio e a harmonia da coalizão de governo. O encontro, marcado para as 11 horas, é um desdobramento da reunião da semana passada, na qual não houve definição sobre o assunto.

Para a reunião, foram convidados os seguintes ministros: os petistas Tarso Genro (Justiça) e Luiz Dulci (Secretaria Geral); os pemedebistas Nelson Jobim (Defesa) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional); os pessebistas Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e Pedro Brito (Portos); o pedetista Carlos Lupi (Trabalho); o petebista José Múcio Monteiro (coordenação política); Gilberto Gil (Cultura); Alfredo Nascimento (Transportes); Orlando Silva (Esportes) e Márcio Fortes (Cidades).

Os três últimos, inclusive, foram os principais responsáveis pelo impasse que levou à convocação de uma nova reunião. Fortes (PP), Nascimento (PR) e Orlando Silva (PCdoB) questionaram a orientação de que deveriam fazer campanha apenas em seus Estados de origem ou naqueles em que tivessem o domicílio eleitoral. Alegaram que faziam parte da Executiva ou direção de suas respectivas legendas, e, dessa forma, teriam uma responsabilidade partidária maior.

Múcio (PTB) foi um dos que defenderam uma participação mais discreta. Admite que é importante a participação dos ministros nas campanhas, mas teme que uma viagem dos ministros a diversos Estados possa estremecer as relações entre os aliados após a campanha. Campanha que já começa a gerar desgastes na coalizão, especialmente em capitais como Belo Horizonte, Rio e São Paulo.

Durante a reunião da semana passada, as restrições apontadas por Múcio e pelo advogado geral da União, José Antonio Dias Toffoli, foram ironizadas por ministros. Geddel Vieira Lima levantou a mão e indagou: "E votar, a gente pode"?. Em outro momento, ele provocou, dizendo que, do jeito que as coisas estavam, "era melhor fazer campanha para Barack Obama nos Estados Unidos".

Enquanto não há uma regra definida, todos atuam da forma como melhor entendem. Na semana passada, um dia após a primeira reunião, a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, foi à São Paulo, oficialmente para debater sobre os projetos de mobilidade urbana, ao lado da candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy. Ambas trocaram elogios no encontro eminentemente político.

Se as normas políticas não estão definidas, as orientações jurídicas e legais só serão esmiuçadas no mês que vem. A cartilha de orientação para as eleições, prometida por Toffoli na primeira reunião de ministros, não ficou pronta, e o encontro que ele teria hoje com os secretários-executivos e chefes de gabinete dos ministérios também foi desmarcado. A razão foram os problemas de agenda. Uma nova reunião ficou marcada para o dia 1º de julho.

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