segunda-feira, 28 de abril de 2008

Assessora de senador é o novo alvo da investigação


Maria da Glória é o novo alvo da Santa Tereza. Apontada pela Polícia Federal como chefe de gabinete de um senador, ela caiu na interceptação telefônica do lobista João Pedro de Moura, amigo e ex-assessor do deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP).

Ela é suspeita de ser um dos elos entre a quadrilha supostamente especializada em desviar recursos do BNDES e políticos que teriam poder de fogo para aprovar financiamentos no banco estatal. Era a ela que João Pedro recorria sempre que pretendia viajar para o Rio de Janeiro.

Prestes a embarcar para o Rio no dia 12 de março, João Pedro liga para a casa de Maria da Glória “para marcar um encontro”. Esse encontro é acertado logo após o lobista conversar, também por telefone, com um de seus comparsas, o empresário Marcos Vieira Mantovani - diálogo gravado pela PF às 9h08. “Eles falam sobre um projeto de interesse do grupo relativo a construção de terminal rodoviário em Campinas”, registra o relatório da Operação Santa Tereza.

A reunião é concretizada após novo telefonema de João Pedro para Maria da Glória, às 11h02 do dia 17 de março. É nesse mesmo dia, segundo a PF, que João Pedro e o advogado Ricardo Tosto, outro alvo da operação, vão à sede do BNDES no Rio - Tosto assumiu em agosto de 2007 a vaga no Conselho de Administração do banco, antes ocupada por João Pedro.

Às 17h45 o lobista liga para Mantovani e fala que o resultado da reunião “foi positivo”. No relatório da polícia apresentado à Justiça, os federais comentam esse diálogo: “Presume-se que ele (João Pedro) conseguiu mais autorizações para financiamentos.”

Outros projetos e tratativas de financiamentos são citados reiteradamente nas conversas telefônicas entre o lobista e Mantovani. Também no dia 12 de março eles falam sobre as negociatas para a construção de uma siderúrgica no Maranhão com dinheiro do BNDES.

A dupla participa de reunião na Prefeitura de Francisco Morato (SP), cidade que teria R$ 90 milhões de crédito no BNDES. Outra cidade paulista rastreada nos telefonemas foi São João da Boa Vista. Um vereador mantém contato com o grupo e promete reunião com o governo municipal. Como o prefeito teria pendências na Justiça, João Pedro sugere indicar Tosto para defendê-lo, “como forma de agrado”.

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