quarta-feira, 23 de abril de 2008

Lula convoca reação ao aumento de gastos públicos


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve reunir três ministros - Guido Mantega (Fazenda), Luiz Marinho (Previdência) e José Gomes Temporão (Saúde) - para questionar líderes e presidentes de partidos aliados sobre a fonte de recursos para custear o aumento de gastos públicos aprovado pelo Senado há duas semanas.

Os senadores, impulsionados pelos petistas Tião Viana (PT-AC) e Paulo Paim (PT-RS) aprovaram a Emenda 29, garantindo mais recursos para a Saúde, extinguiram o chamado fator previdenciário - que obriga o cidadão a trabalhar mais tempo para assegurar a aposentadoria integral - e vincularam o reajuste de todos os benefícios da Previdência ao aumento do salário mínimo.

Durante reunião da coordenação política, ontem, Lula demonstrou muita preocupação com o assunto, sobretudo porque o aumento dos gastos não veio acompanhado da fonte de onde partirão os recursos. O governo teme que, sem isso, seja comprometida a política implementada de reajustes do salário mínimo. Por isso, o assunto será tratado na reunião do Conselho Político de quinta-feira.

A presença dos ministros servirá para conciliar o discurso técnico com o político. Lula vai mostrar aos aliados que não há viabilidade de financiamento das novas propostas. Mas é ano eleitoral e o governo precisa usar uma técnica de convencimento mais requintada do que o simples discurso. "Os ministros vão estar lá para mostrar que não adianta aprovar matérias que comprometam as políticas de governo", afirmou uma fonte governista.

Um dos integrantes do Conselho Político já avisou que o governo não se furtará ao debate e, se preciso for, vetará os projetos aprovados pelo Senado, caso a base aliada na Câmara não consiga derrubar as iniciativas aprovadas no Senado. O governo já mobilizou uma vez a base quando a oposição, sobretudo o DEM, aprovou um projeto concedendo às aposentadorias o mesmo reajuste dado ao salário mínimo. Na época, fim de 2006, o governo havia anunciado um aumento de 5% para as aposentadorias e de 16,67% para o salário mínimo.

A oposição queria que esse mesmo percentual fosse aplicado aos aposentados que ganham acima de um salário mínimo, mas o governo conseguiu mobilizar a base aliada, derrubou a MP e editou uma nova medida, concedendo um reajuste de 5,01% às aposentadorias.

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