quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Instituições públicas e empréstimo direcionado sustentam expansão


Os bancos públicos e os empréstimos direcionados sustentaram a expansão do crédito bancário em dezembro, mostram estatísticas divulgadas ontem pelo Banco Central. O crédito mostra sinais de recuperação, com as contratações retomando os níveis observados em setembro, antes de o Brasil ser atingido pela crise financeira mundial.

Os empréstimos direcionados, que incluem financiamentos imobiliários, crédito rural e operações do BNDES, cresceram 3,4% entre novembro e dezembro, chegando a R$ 355,473 bilhões. É um percentual quase quatro vezes maior do que a expansão de 0,9% observada no mesmo período no crédito livre, que chegaram a R$ 871,930 bilhões. Juntando créditos direcionados e livres, a carteira dos bancos cresceu 1,6% no mês, chegando ao volume de R$ 1,117 trilhão.


O destaque foram os financiamentos do BNDES, que aumentaram 4,3% em um mês, subindo para R$ 209,228 bilhões, incluindo os empréstimos feitos diretamente pelo banco estatal e repasses de recursos por meio de outras instituições financeiras. Os financiamentos imobiliários cresceram 1,8%, para R$ 59,377 bilhões, e o crédito rural, 2,3%, para R$ 78,185 bilhões.


Os créditos consignados chegaram a 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em dezembro, o mais alto percentual observado na série estatística do BC. Eles representam 29% do crédito bancário, que subiu de 40,4% para 41,3% do PIB entre novembro e dezembro.


Os bancos públicos lideraram a expansão do crédito. A soma de suas carteiras cresceu 3,6% no mês, chegando a R$ 445,030 bilhões. A crise financeiras mundial tem criado uma oportunidade única de crescimento para os bancos públicos. No último trimestre de 2008, a participação das instituições financeiras públicas no crédito total cresceu de 34% para 36%. Nos três primeiros trimestres do ano, havia ficado estacionada em 34%.


O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, informa que o crescimento dos bancos públicos se deve, em parte, à compra de carteiras de crédito de bancos pequenos e médios, que antes eram consideradas na estatísticas do sistema financeiro privado. O empréstimo da Caixa Econômica Federal para a Petrobras, de R$ 2 bilhões, também contribuiu para ampliar a carteira de crédito dos bancos públicos.


De novembro para dezembro, a carteira dos bancos privados nacionais cresceu apenas 0,6%, chegando a R$ 524,726 bilhões. A participação dos bancos privados nacionais do total de crédito caiu de 44,72% para 42,75% no último trimestre de 2008. Os bancos privados estrangeiros aumentaram suas carteiras em 0,3%, para R$ 257,646 bilhões. Sua participação no crédito total caiu de 21,38% para 20,99% entre novembro e dezembro.


O ritmo de concessões continuou a se recuperar em dezembro. O volume total contratado chegou a R$ 162,334 bilhões no mês, alta de 14% em relação ao período imediatamente anterior. Com essa alta, o ritmo de concessões mensais recupera os valores observados em setembro, quando as contratações somaram R$ 162,202 bilhões. A média diária das contratações subiu 3,6% entre novembro e dezembro, chegando a R$ 7,319 bilhões. Com isso, recupera o nível de R$ 7,373 bilhões observado em setembro, quando o país foi atingido pela crise financeira.

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