sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Lula e Evo inauguram corredor


São 241,2 quilômetros de estradas asfaltadas ligando o Oceano Atlântico ao Pacífico

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou ontem na Bolívia dois trechos do corredor rodoviário interoceânico, lançado pelo Brasil, Bolívia e Chile em dezembro de 2007 para ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico. São 241,2 quilômetros de estradas asfaltadas, sendo 139,2 quilômetros interligando as cidades bolivianas de Arroyo Concepción e El Carmen, e 102 quilômetros no trecho El Carmen a Roboré.

Segundo o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, as obras ficaram, respectivamente, a cargo das construtoras Odebrecht e do consórcio Camargo Corrêa e ARG, e foram financiadas pela Corporação Andina de Fomento (CAF). A inauguração aconteceu no município de Arroyo Concepción, na fronteira com Corumbá (MS). Depois, Lula e Morales seguiram para o 6º Distrito Naval, em Ladário (MS), e de noite, o presidente brasileiro viajou para a Venezuela onde encontrará o homólogo Hugo Chávez.

Para a conclusão da via trinacional, que passa também pelo Chile, falta a construção de 82 quilômetros em território boliviano. Lula propôs um encontro tripartite, que inclua a presidente chilena Michelle Bachelet, para inaugurar o corredor intraoceânico antes de dezembro. O Brasil anunciou ainda ajuda antidrogas à Bolívia e a legalização de imigrantes irregulares.

Lula defendeu o referendo para ratificar a nova Constituição na Bolívia, que deve ocorrer em 10 dias, como uma forma democrática de propor mudanças no país.

– O Evo, ao propor um referendo e antecipar as eleições e garantir apenas uma reeleição, está dando um exemplo democrático que muita gente que governou esse país não deu.

Lula comparou a eleição de Morales à de Nelson Mandela para a África do Sul. Segundo Lula, a exemplo de África do Sul, a Bolívia também foi governada por muito tempo por uma minoria:

– A maioria negra na África do Sul descobriu que na democracia prevalece à vontade da maioria, não a vontade do poder econômico ou da minoria, e Mandela mudou a história da África do Sul. Na Bolívia ocorreu o mesmo: a maioria se descobriu. O povo boliviano descobriu que, tendo maioria indígena, poderia eleger um presidente índio.

Lula prognosticou uma vitória do "Sim" no referendo constitucional e disse que as mudanças na democracia e a estabilidade interessam a toda região, em especial ao Mercado Comum do Sul (Mercosul).

O Brasil vai financiar a construção de uma estrada no centro da Bolívia para unir a região andina às planícies amazônicas no valor de 400 milhões de dólares. A nova obra, de pouco mais de 300 quilômetros, unirá a região produtora de coca de Chapare, berço político de Morales, ao departamento de Beni, forte em pecuária e um dos bastiões da oposição direitista ao presidente boliviano.

Gás natural e G-20

O Brasil já financia, com quase US$ 1 bilhão, outros projetos de rodovias na Bolívia e, segundo Lula, está disposto tanto a ampliar sua cooperação como a cumprir seus compromissos de compra de gás natural, a principal fonte de divisas do país.

O Brasil tentará estabelecer ainda regras rígidas para o sistema financeiro internacional na próxima reunião do G-20, no dia 2 de abril, disse Lula. A reunião do G-20, em Londres, será a primeira com a presença do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, e Lula vai insistir na regulação do sistema "para que o povo não seja mais vítima da sandice especulativa".

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