segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Posse no lixo


Os novos prefeitos assumiram há 10 dias com o discurso de preocupação diante da crise econômica que mostra seus reflexos no país, mas se depararam também com situações inusitadas ao tomar posse. Desde protestos contra demissões a fezes e lixo em sedes municipais. Em várias cidades brasileiras os novos governantes encontraram as portas das prefeituras fechadas, uma situação corriqueira no interior do país, quando as eleições são disputadas entre adversários ferrenhos.

Porém, em alguns locais houve situações absurdas, como em Bujari (AC). As paredes do prédio municipal estava com fezes. A assessoria do antigo mandatário afirmou que o problema era normal, já que não existia como fechar o local, mesmo durante a administração anterior. Em Xapuri, cidade conhecida mundialmente por ter sido o local onde o líder seringueiro Chico Mendes foi assassinado, a sede da prefeitura estava coberta de lixo.

Em Tailândia, no interior do Pará, a polícia local evitou uma grande manifestação que iria fechar uma das principais rodovias do estado. Era um protesto contra a demissão de 600 pessoas que haviam sido contratadas pela administração anterior. As pessoas eram empregadas de serrarias fechadas pela Polícia Federal durante a Operação Arco de Fogo, que tinha como objetivo combater crimes ambientais.

Segundo o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Ziulkoski, apesar de alguns fatos surreais, como o que ocorreu em Bujari, nos últimos 10 anos houve uma evolução dos gestores públicos. Os casos ocorridos hoje são exceções. As transições são bem mais civilizadas, afirma Ziulkoski, classificando os acontecimentos como factóides. Ele não quis comentar outros episódios, como o ocorrido em Almadina, no sul da Bahia, onde o novo prefeito da cidade, José Raimundo Laudano dos Santos (PMDB), encontrou uma cobra coral embaixo de sua cadeira.

Para mostrar as mazelas em seu município, um prefeito colocou máquinas estragadas na rua, uma demonstração para a população de como o patrimônio público estava detonado. Mas em outra cidade, foi a polícia que descobriu como equipamentos que deveriam servir aos estudantes tiveram outro destino no apagar das luzes da administração anterior. Computadores e aparelhos de som da secretaria de educação de Novo Progresso (PA) estavam escondidos em uma serraria desativada para serem vendidos posteriormente.

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