O Banco Central considera que o índice de inadimplência "ainda está dentro da normalidade", num cenário de desaceleração econômica. Mas está atento ao problema, indicou ontem o presidente do banco, Henrique Meirelles. Os créditos em atraso de mais de 90 dias alcançavam cerca de R$ 28 bilhões em novembro no país, pelos dados do BC. Representavam 4,2% do total de crédito livre no país (excluindo os financiamentos direcionados para agricultura, habitação etc). É ligeiramente superior aos 4% de julho, de antes da crise mais dura.
Para Meirelles, o importante é que o sistema financeiro brasileiro está bem capitalizado. Os índices de capitalização estão em 11%, acima dos mínimos do acordo de Basiléia e acima da média internacional. O índice de alavancagem é ao redor de 8, bem abaixo da média mundial.
O Conselho Monetário Nacional estabeleceu outras condições para que os bancos constituam provisões superiores ao mínimo regulamentado, exatamente se precavendo contra qualquer aumento da inadimplência, segundo Meirelles. O presidente do BC participou de reuniões em Basiléia justamente sobre prevenção de problemas que ocorrem na crise atual, mas boa parte já foram adotadas no Brasil.
Entre elas, estão incluir nos balanços das instituições as operações contabilizadas em entidades coligadas; e aumento no provisionamente para perdas de credito nos períodos de crescimento para serem usadas nos períodos de contração