sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Coca-Cola investe R$ 11 bi até 2014 para dobrar de tamanho no Brasil

Muhtar Kent, presidente mundial da Coca-Cola, anunciou ontem um investimento de R$ 11 bilhões (US$ 5,8 bilhões) para os próximos cinco anos no Brasil. O valor é 75% maior do que a companhia previa e fará com que a multinacional mais do que dobre as operações no país, onde possui 43 fábricas e lidera o mercado de refrigerantes.

"A realização da Copa do Mundo da Fifa em 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016 no Brasil, além do número crescente de novos consumidores subindo para a classe média no país fizeram a companhia decidir por esse aporte", afirmou Kent, que esteve ontem em Fazenda Rio Grande, a 30 km de Curitiba (PR), para inaugurar a nova fábrica da Leão Júnior, produtora do chá Matte Leão e comprada pela Coca-Cola em 2007.

"Estamos olhando para o futuro do país e queremos acompanhar o desenvolvimento pelo qual o Brasil vai passar", disse Kent. O investimento é o maior da companhia em um único país, em dólares, até 2014. Recentemente, Kent anunciou US$ 1 bilhão para a China nos próximos três anos e a mesma soma, no México, até 2014.

Com os R$ 11 bilhões, a Coca-Cola mais que dobrará de tamanho suas operações no Brasil, segundo uma fonte próxima a Kent. O dinheiro, segundo a companhia, virá do próprio caixa da empresa.

"O foco da Coca-Cola é o investimento em países emergentes. Desses países, o Brasil é um dos principais líderes", disse Kent, ao Valor, após anunciar o investimento de R$ 11 bilhões. "No mundo todo, mais de um bilhão de pessoas vão integrar a classe média em dez anos. A maior parte dessa população está no Brasil, na China e na Índia", afirmou.

O pacote de R$ 11 bilhões inclui pequenas aquisições e, de acordo com Ken, será dividido em três partes: infraestrutura de produção, logística e desenvolvimento de mercado. A maior parte das fábricas da Coca-Cola no país será reformada. Elas operarão no modelo de "fábrica verde", que economiza água e energia, nos moldes da unidade da Leão Júnior inaugurada ontem no Paraná (ver texto ao lado).

Na área logística, a companhia vai aumentar a frota de veículos e a quantidade de geladeiras nos pontos de vendas. "Grande parte das geladeiras serão substituídas por equipamentos mais ecológicos, que consomem 25% menos energia", disse Marco Simões, vice-presidente de Comunicações e Sustentabilidade Coca-Cola no Brasil. A terceira parte do pacote será aplicada no desenvolvimento do mercado - inclui novos produtos e investimentos em marketing.

Kent, que tem quase dois metros de altura, esforçou-se em seu discurso para pronunciar corretamente palavras como Curitiba e Paraná. Mas só foi bem-sucedido com a primeira. Bem-humorado, não perdeu o jeito tranquilo e suave, nem mesmo na hora de se abaixar para ajudar a plantar uma muda de erva-mate durante a inauguração da nova unidade da Leão Júnior. No Brasil desde a última segunda-feira, Kent partiu ontem para a Argentina, no avião particular da Coca-Cola.

Entre 2005 a 2009, a Coca-Cola investiu no Brasil US$ 3,3 bilhões (R$ 6 bilhões). A subsidiária brasileira é a terceira maior operação da Coca-Cola dentre os 206 países onde opera. Mas está sendo ultrapassada pela China neste trimestre . O maior mercado da Coca-Cola Company ainda é os Estados Unidos, seguido do México.

No Brasil, a Coca-Cola tem 43 fábricas, sendo que uma é a de concentrados, em Manaus (AM), três são da Leão Júnior (incluindo a nova), e duas são da Del Valle, marca de sucos. As outras 37 unidades formam o sistema de engarrafamento Coca-Cola, integrado por 16 empresas, das quais a mexicana Femsa é a maior. Nessas fábricas, a Coca-Cola tem 50% do controle.

A receita operacional líquida da Coca-Cola mundial foi de US$ 31,9 bilhões em 2008, com aumento de 10,7% sobre 2007. O lucro líquido caiu 2,9% para US$ 5,8 bilhões no mesmo período.

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