quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Especialistas debatem internação de crianças e adolescentes em SP

Especialistas debateram hoje (25), em São Paulo, problemas enfrentados por internos e ex-internos da antiga Febem, hoje denominada Fundação Casa. As discussões ocorreram por ocasião do aniversário de 10 anos da Associação de Mães e Amigos de Crianças e Adolescentes em Risco (Amar).

O defensor público Flávio Frasseto, coordenador do Atendimento à Criança e ao Adolescente da Defensoria Pública de São Paulo, chamou a atenção para a mudança da localização das unidades de internação dos jovens da capital para o interior.

“A gente sabe que Fundação Casa está passando por um processo de desconcentração, de interiorização das unidades, e aí o controle que a gente tinha, pelo menos processual, dos casos quando eram na capita,l a gente perdeu. O prejuízo é muito grande”, disse.

O promotor de Justiça, Wilson Tafner, que atuou na Vara da Infância e da Juventude, defendeu mais investimentos em cursos profissionalizantes para os jovens e projetos de inclusão. “Não temos ainda hoje um projeto adequado de profissionalização e inclusão de jovens no mercado de trabalho. Isso é uma das coisas que mais incentiva nossa adolescência e juventude a seguir pelo caminho do crime. Há falta de possibilidade de um jovem conseguir um trabalho formal para ganhar um salário mínimo, quando numa sexta-feira à noite ele ganha R$ 700, R$ 800 ou R$ 1 mil numa boca de fumo”, afirmou.

O representante da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Marcus Vinicius Almeida Magalhães, questionou até que ponto a internação dos jovens pode se revelar como uma estratégia acertada voltada à sócioeducação. "Até que limite a internação, em vez de emancipar esse indivíduo e garantir os direitos dele, não faz exatamente o oposto?".

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