O delegado de Polícia Federal Diógenes Curado Filho, responsável pelas investigações sobre a compra do dossiê que liga tucanos à máfia dos sanguessugas, afirmou à CPMI das Ambulâncias que o dinheiro (R$ 1,75 milhão) apreendido com petistas “não saiu do PT”. Em seu relatório parcial sobre o caso, Curado afirma que “podemos dizer, sem medo de errar, que em todas as declarações, depoimentos e interrogatórios juntados nos autos não se retira uma indicação sobre a origem do dinheiro”.
As declarações de Curado desmentem as versões lançadas na semana passada por integrantes da CPI pró-sanguessuga. A informação havia sido plantada na terça-feira passada pela “Folha de S. Paulo”, numa matéria em que um integrante da CPI, que pediu para não ser identificado, disse que o relatório do delegado Curado afirmava que o dinheiro era do PT. A íntegra do relatório está disponível na internet, no site da própria “Folha”, e em nenhum momento afirma que a origem do dinheiro é o PT.
Até mesmo o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), a contragosto, teve que reconhecer o fato: “Ele (Curado) deixou claro que o dinheiro, no entender dele, não é do PT”.
O relatório parcial da PF afirma que “apesar de todas as dificuldades, com apoio de vários setores do Departamento de Polícia Federal, as investigações sobre a origem dos dólares estão em sua fase final e demandarão medidas que serão tratadas em conjunto com a Justiça, o Ministério Público e esta Polícia Federal”.
Diz ainda que Jorge Lorenzetti, “pelo que se sabe até esse momento, foi a pessoa que articulou no âmbito nacional a compra do dossiê. Pediu que Gedimar Passos fizesse o contato inicial com Valdebran Padilha, dando funções específicas a Expedito Veloso e Osvaldo Bargas”. Segundo a PF, uma pequena parte do dinheiro apreendido foi conseguido em bancas do jogo do bicho no Rio de Janeiro.