terça-feira, 12 de maio de 2009

Já vai tarde: Protógenes deve ser expulso da Polícia Federal


O delegado Protógenes Queiroz deve mesmo ser expulso dos quadros da Polícia Federal. A comissão do processo disciplinar contra o delegado, aberto no dia 3 de abril, já tem convicção formada sobre a participação de Protógenes em campanhas eleitorais - o problema está na gravação feita para o candidato do PT à Prefeitura de Poços de Caldas, Paulo Tadeu Silva D?Arcádia.Protógenes vinha alegando que, tanto na campanha de D?Arcádia como na gravação usada pela deputada Luciana Genro (PSOL-RS) na disputa pela Prefeitura de Porto Alegre, suas participações foram "acidentais", que eram entrevistas colhidas espontaneamente e sem que soubesse a utilidade futura. O Estado apurou que, para a comissão disciplinar da PF, o vídeo de Poços de Caldas não deixa dúvida de que o delegado posou para dar um depoimento, sabia o que estava gravando e seu uso eleitoral.


O depoimento de 29 segundos foi ao ar no dia 29 de setembro de 2008. A frase gravada e exibida pelo candidato D?Arcádia é considerada propaganda eleitoral - com a agravante de Protógenes se identificar como funcionário público e falar na condição de delegado da PF, o que é terminantemente proibido pelo estatuto do órgão. O vídeo, com a identificação do delegado ao lado da estrela do PT e o número 13, começa assim: "Sou o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, (vim) para trazer o meu apoio e a minha solidariedade à candidatura do prefeito Paulo Tadeu." Em seguida, ele endossa explicitamente a ideia do candidato de levar para Poços de Caldas uma delegacia da PF.

Por causa dessa participação, a Polícia Federal abriu a sindicância no dia 3 de abril e afastou o delegado do trabalho uma semana depois. A comissão tem 60 dias para terminar a investigação (na primeira semana de junho), mas pode pedir prorrogação por outros dois meses (fim de julho). Enquanto durar a sindicância, Protógenes ficará afastado da polícia.

""CONTORNO ACIDENTAL""

No dia 17 de setembro de 2008, o delegado também virou personagem da campanha da deputada Luciana Genro. Mas a comissão disciplinar, numa avaliação preliminar, considerou que essa participação, embora proibida, tem um "contorno acidental", explicou uma fonte da PF ao Estado. "Objetivamente, as participações são diferentes."

A gravação de Luciana foi feita numa rua de Porto Alegre, com o depoimento de Protógenes misturado ao de outros eleitores. Ele e os demais defendem o combate à corrupção. O delegado pede que as pessoas "engrossem as fileiras do combate à corrupção no País, com toda a população, em especial o povo gaúcho".Em meio aos depoimentos está a frase que também infringe o estatuto da PF e é dita na condição de delegado: "Estou com Luciana Genro, para ela sair dessa campanha com sucesso."Em seu blog na internet, em depoimentos no Congresso e nas solenidades públicas, Protógenes se diz vítima de perseguição "por ter prendido um banqueiro (Daniel Dantas)".

1 Comentários:

  • quarta-feira, 13 maio, 2009
    ZEPOVO Disse:

    Pena.
    Quando e onde o delegado saiu "dos trilhos". E porque????
    No caso todo o cuidado é pouco, mas o delegado bem sabia onde estava mexendo!

    delete

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