sexta-feira, 16 de maio de 2008

Da cadeia ao Congresso


Um dia depois de ter sido solto pela Polícia Federal, o prefeito de Pacaraima, Roraima, Paulo Cézar Quartiero DEM, aproveitou a liberdade para fortalecer os laços políticos no Congresso Nacional. Escoltado pelo deputado Márcio Junqueira (DEM-RR), ele passou de gabinete em gabinete para buscar aliados na disputa em torno da demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol, localizada no nordeste do estado.

O prefeito e produtor de arroz ficou nove dias preso após ter sido acusado de ser o mandante de um atentado contra indígenas locais. “Acredito que foi uma prisão política porque nós somos contra a política do governo federal no nosso estado que desprestigia a população”, disse o arrozeiro entre um gabinete e outro.

Junqueira saiu em defesa do prefeito aliado. “Essa prisão foi um absurdo. Ele estava apenas defendendo suas propriedades. Naquele momento o que ele poderia ter feito? Era resistir ou entregar suas terras aos índios. É auto-preservação”, disse o deputado do DEM.

Proprietário de uma fazenda dentro da reserva indígena, Quartiero visitou os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Mão Santa (PMDB-PI), Magno Malta (PR-ES), a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), conversou com o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR) e reuniu os seus advogados.

Sobraram farpas para o governo federal. “Enquanto a Polícia Federal estiver lá, não vai ter paz”, disse Quartiero.

E para que a ordem seja restabelecida na região, o prefeito sugeriu: “Teria que ter uma força pacificadora do Exército na região até que se tenha um plano de desenvolvimento da região e as pessoas parem de ver as outras como adversárias”.

Quartiero e seu grupo político são contrários à demarcação contínua da reserva por, argumentam, prejudicar os produtores de arroz e a economia da região. justifica o senador Mozarildo Cavalcanti.


O grupo de políticos de Roraima reuniu-se com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie e Marco Aurélio Mello para pedir agilidade no julgamento das ações que contestam a maneira como foi demarcada a terra indígena. Enquanto ocorria essa reunião, o prefeito encontrou-se com seus advogados para discutir um recurso à multa de R$ 30,6 milhões aplicada pelo Ibama por ter cometido danos ambientais em sua propriedade.

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