sexta-feira, 9 de maio de 2008

Sucessor precisa do respaldo de Lula


A decisão do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, de deixar o cargo no segundo semestre do ano que vem para concorrer ao governo de Goiás em 2010, (conforme informou aqui o blog ) dominou as conversas nas mesas de operações do mercado financeiro. Mas não provocou estresse.

Ainda que não desejada, já que Meirelles é visto pelo sistema financeiro como a principal referência na área econômica do governo, a decisão não causou surpresa. "Sempre se trabalhou com a expectativa de que, em algum momento, Meirelles retornaria à vida pública, abandonada em 2002, quando trocou um mandato de deputado federal para ser presidente do BC", disse Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos.

O importante, assinalou Rosa, é que o sucessor no comando do BC continue tendo respaldo do presidente Lula, que foi comunicado pelo próprio Meirelles sobre seu desejo de voltar à vida pública em um almoço na sexta-feira passada (dia 2 de maio) no Palácio da Alvorada. "O respaldo de Lula é importante, pois ajudará a manter a credibilidade da política monetária, a grande responsável pelo controle da inflação", destacou o economista. Esse respaldo presidencial se torna mais importante porque, apesar de agir de forma autônoma, o BC não tem independência garantida por lei. Além disso, o banco sempre é alvo de críticas dentro do próprio governo quando precisa agir para controlar a inflação.

Se depender da vontade do mercado, o sucessor mais provável de Meirelles será Mário Mesquita, diretor de Assuntos Econômicos do BC e hoje o mais conservador dos integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom). Para Valderi Albuquerque, diretor do Banco Fator, na atual conjuntura, de maturidade na condução da economia, o nome do presidente do BC tem importância menor.

A responsabilidade fiscal, o câmbio flutuante e o sistema de metas de inflação, acredita Albuquerque, já estão institucionalizados, não mudarão ao sabor dos governantes de plantão. "O presidente Lula entendeu isso", destacou. Nem Meirelles nem o Palácio do Planalto quiseram se manifestar sobre o assunto.

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