quarta-feira, 14 de maio de 2008

A força do Lula


Dia 20, o presidente Lula, o governador José Serra e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, participam de cerimônia, em São Paulo, que esvazia simbolicamente o argumento da oposição segundo o qual as obras do PAC e o ambiente festivo armado para lançá-las atendem em especial aos executivos estaduais e municipais governistas.

O evento servirá para dar cores políticas ao empréstimo do BNDES de R$ 1,8 bilhão para a extensão do Metrô paulistano, além de R$ 300 milhões para obras de saneamento da Sabesp. Ao todo, R$ 2,1 bilhões para duas empresas estatais do governo de São Paulo.

Serra é o pré-candidato à sucessão de Lula mais bem situado nas pesquisas. Ou seja: o saco de pancada da vez dos petistas, com a discreta aprovação do presidente. Mas tudo é só política. No plano pessoal, eles se dão bem, apesar de terem se enfrentado em 2002.

Lula e Serra terão se encontrado três vezes em público depois do evento da próxima terça-feira, nas últimas três semanas, sempre em situações animadas. E, agora, numa festa política regada a bilhões de reais. Já deve ter muito petista paulista disputando lugar nem que seja de papagaio de pirata. Em ano de eleição municipal, estas concessões ao orgulho podem significar alguns milhares de votos.

Lula vai mostrando que está acima do bem e do mal. No íntimo, é possível que Serra fosse o seu sonho de consumo para o Ministério da Fazenda, não existissem as diferenças partidári as que parecem incomodá-lo cada vez mais. Aliás, conta-se que ele até o indicou para a Fazenda ao então presidente Itamar Franco, que desistiu de chamá-lo após ouvir o seu chanceler Fernando Henrique, o nomeado.

O grande pauteiro

E assim Lula vai. Ele começou a semana no Rio lançando a política industrial e aproveitou a escala para inaugurar o início da maior obra do governador Sérgio Cabral, do PMDB, o Arco Rodoviário. Não demora e estará “inaugurando” gentilezas com outros governadores.

Coutinho também é próximo aos dois. Ele está no governo Lula, mas poderia estar no de Serra, que poderia ter sido um bom ministro de Lula. Mas não se enganem pelas aparências. Todos o afagam pela sua enorme popularidade e os cofres forrados — só que Lula é de Lula e de mais ninguém. Lula é o grande pauteiro da política brasileira.

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