segunda-feira, 5 de maio de 2008

Dividido, PSDB lança Alckmin em São Paulo


O lançamento formal da candidatura de Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo, marcado para hoje pela Executiva municipal do PSDB, será feito com o partido dividido e com forte movimento interno para derrubar o tucano na convenção. Dentro da legenda, os defensores da manutenção da aliança com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) reuniram assinaturas de cerca de um terço dos delegados que vão à convenção partidária para tentar anular a decisão do diretório municipal.

Em pouco mais de uma semana, a ala partidária mais ligada ao governador do Estado, José Serra, conseguiu quase 500 assinaturas dos cerca de 1,2 mil delegados que decidirão na convenção qual será a postura do partido na eleição municipal. A proposta assinada é que Kassab seja o candidato do PSDB. Alckmin teria o apoio do partido em 2010, para disputar o governo do Estado. Até junho, quando será realizada a convenção, os serristas tentarão convencer a maioria dos votantes a desistir da tese de candidatura própria.

Segundo o líder da bancada tucana dos vereadores na Câmara municipal, Gilberto Natalini, as assinaturas são uma resposta à insistência de Alckmin quanto à sua candidatura. "O diretório está dividido na metade e vamos levar à convenção dois cenários, para que os delegados decidam", disse.

O abaixo-assinado reforça ainda mais as divergências internas do partido. Serrista, Natalini criticou a postura de Alckmin e comentou a falta de definição sobre o candidato está prejudicando o PSDB. "Estamos perdendo tempo em uma questão que já devia estar superada. Isso atrapalha, sim, nossa articulação com outros partidos para firmar alianças", reclamou.

Defensor da candidatura Kassab, o secretário municipal de Esportes, Walter Feldman, afirmou que contestará a reunião de hoje do diretório e entrará com uma representação junto ao PSDB. Para Feldman, só a convenção tem poder estatutário para decidir o candidato, não o diretório municipal.

Feldman questionou o cumprimento de uma promessa feita por Alckmin de que só seria candidato se tivesse apoio de todo o PSDB. "Não há nenhuma chance hoje de o partido sair unido com a candidatura do Geraldo. Metade do partido quer a aliança DEM-PSDB."

Alckmin, no entanto, não pretende desistir. Na semana passada, lançou informalmente sua pré-candidatura em um evento com cerca de 200 militantes. O ex-governador paulista declarou no sábado que a Executiva do partido decidiu "por unanimidade" por sua candidatura, mesmo diante de contestações. Quando foi candidato à Presidência, em 2006, o PSDB também dividiu-se, e parte dos tucanos queria a candidatura Serra.

Na disputa municipal, Serra é um dos principais entraves a Alckmin, por articular a reeleição do prefeito. O governador atua nos bastidores e tem evitado comentar o conflito. Hoje, quando os tucanos estiverem discutindo a sucessão paulistana, Serra deverá estar ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Piauí. A assessoria do governo paulista não confirmou, mas está prevista a participação de Serra na inauguração de um hospital em Teresina, governada pelo tucano Silvio Mendes. No palanque deverão estar a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, cotada para rivalizar com Serra na sucessão presidencial, e o governador Wellington Dias (PT).

Com o imbróglio tucano, a candidatura do PT é a mais favorecida. O partido se reunirá hoje com o PR e discutirá se vai ceder a vice, conforme a exigência do possível aliado. Para cacifar-se junto os petistas, o PR tem conversado também com o DEM. No sábado estiveram com Kassab. "Mas nós podemos oferecer mais", disse o presidente do diretório municipal do PT, vereador José Américo. "Nossa aliança proporcional é mais forte e isso é importante para eleger mais vereadores", analisou. O PT aposta na aproximação com os partidos do bloco de esquerda - PSB, PDT e PCdoB - e fará uma reunião nesta semana, em Brasília, para tentar atrai-los para a composição

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