O otimismo no mercado financeiro com o grau de investimento é generalizado. Analistas e investidores esfregam as mãos enquanto fazem as contas para tentar estimar a quantidade de dinheiro que deve entrar no País em conseqüência do novo status. Isso deve ocorrer por meio de dois canais: o financeiro e o da economia real.
No primeiro, o impacto é de curto prazo, como já ficou claro na disparada de ontem do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) e na forte queda do dólar. "É provável que essa tendência se mantenha para os próximos dias?, afirmou o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. O segundo é mais demorado e deve beneficiar o Brasil nos próximos anos.
Toda essa expectativa se deve ao fato de que o grau de investimento, ao menos em teoria, abre as portas do País para trilhões de dólares, euros e ienes. Isso porque diversos fundos de investimento e de pensão, entre outras entidades, não podem aplicar seu dinheiro em ativos que não sejam carimbados com o selo de grau de investimento (em inglês, investment grade).
No mercado, não há uma estimativa precisa do tamanho dessa montanha. O presidente do banco de investimentos do Citibank no Brasil, Ricardo Lacerda, calcula que sejam ao menos US$ 3 trilhões. "Sem o investment grade, o País tinha acesso a uma pequena parte desses recursos", disse. Segundo ele, somente o Citi tem clientes cuja poupança potencial supera os US$ 50 bilhões