quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Amorim pede a Hillary menos protecionismo


No primeiro encontro entre dois membros do ministério de Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama, o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, reclamou de emenda protecionista recém-aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos para sua colega americana, a secretária de Estado Hillary Clinton. "Eu disse que é preciso que nós encontremos uma maneira de defendermos o emprego nos nossos países sem criarmos problema de emprego para os outros países, porque, se não, o problema volta para nós", disse Amorim.

Segundo ele, Hillary tomou notas e sua reação foi "positiva". Em público, ao posar para fotos ao lado de Amorim, a chanceler norte-americana disse apenas o protocolar "nossos países têm um conjunto grande de oportunidades e responsabilidades".


Na semana retrasada, Obama assinou medida de estímulo à economia que inclui a cláusula "Buy American" (compre produtos americanos, em tradução livre), que prevê que obras de infraestrutura que recebam dinheiro do pacote de US$ 787 bilhões usem ferro, aço e manufaturados nacionais ou de parceiros de tratados comerciais, o que exclui o Brasil.


A versão aprovada foi amenizada depois de reclamações da comunidade internacional. Ainda assim, o assunto ocupou parte da conversa dos dois diplomatas, que durou cerca de 40 minutos, segundo Amorim, que definiu o encontro como amistoso, espontâneo e franco. "Não gosto de usar a palavra franco, porque dá a impressão de um encontro cheio de críticas e reclamações, e não houve isso."


Amorim pediu a aprovação rápida do secretário especial de Comércio Exterior (USTR, na sigla em inglês), já apontado por Obama, mas ainda não confirmado pelo Senado. "A principal mensagem que eu dei nesse campo é que é muito importante que o governo americano dê prioridade à confirmação", disse. Seu titular é Ron Kirk, ex-prefeito de Dallas. Amorim aproveitou para pedir a retomada da Rodada Doha, negociação de liberação do comércio internacional emperrada há anos e que já havia sido citada em conversa telefônica entre Obama e Lula.

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