quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Petrobras prioriza poços já existentes e investe US$ 70,2 bi


- Com descobertas suficientes para dobrar a produção em uma década, a Petrobras decidiu investir pesado no desenvolvimento das reservas já encontradas e congelar investimentos para áreas desconhecidas. O plano de negócios para os próximos cinco anos destina US$ 70,2 bilhões para o desenvolvimento da produção de campos descobertos - um salto de 38% em relação ao planejado no ano passado. Para a exploração de novas áreas, não há crescimento dos investimentos: são os mesmos US$ 13,8 bilhões considerados anteriormente.

Os recursos previstos para desenvolvimento de novos campos quase dobraram em apenas dois anos. Em 2007, quando a Petrobras começava a provar o potencial das áreas do pré-sal, havia expectativa de aplicar US$ 37 bilhões no desenvolvimento da produção. Para a exploração foram destinados US$ 7,7 bilhões. Em seguida, no plano de negócios para o período 2008/2012, divulgado no ano passado, a Petrobras pretendia investir US$ 51,3 bilhões para o desenvolvimento da produção. Nas condições atuais do mercado, a estratégia vai aumentar significativamente o caixa da empresa.

"Enquanto não tínhamos o pré-sal e todas essas áreas de grande potencial, investíamos muito em exploração para fazer descobertas. Agora temos que desenvolver essas áreas que encontramos; faz parte do ciclo", explica o diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella. Somente no pré-sal das bacias de Santos e Espírito Santo, a Petrobras vai concentrar R$ 28,9 bilhões. A fortuna inclui plataformas do tipo submersível, pesquisas para a criação de um novo sistema de produção específico para a camada pré-sal e cuidados com a unitização dos campos de Tupi e Iara.

"A unitização em Tupi vai ser menor do que em outros blocos. Temos que obter dados de outros blocos para termos certeza", afirmou o executivo, ao apresentar o plano de negócios da área no período de 2009 a 2013. Como tudo indica que algumas áreas do pré-sal são interligadas a outras, Petrobras e parceiras terão de entrar em acordos para uma não sugue o petróleo da outra.

Com a aceleração dos projetos de produção, a companhia espera chegar a 2013 com uma produção total de óleo e gás, incluída a contribuição de seus campos no exterior, de cerca de 3,6 milhões barris de óleo equivalente. Em 2020, a meta é alcançar 5,1 bilhões de barris de petróleo e gás associado.

A Petrobras vai receber neste ano 11 sondas de perfuração. Outros 144 barcos de apoio também estão previstos no plano da empresa para os próximos anos, além das plataformas. A meta é atingir um índice de conteúdo local de 53% na construção das unidades de produção.

Estrella revelou que a Petrobras não pagou para ser parceiro da Exxon Mobil na exploração do BM-S-22, promissor bloco do pré-sal em Santos. "Acho que não pagamos para ficar sócios", disse, ao ser indagado sobre os motivos que levaram a empresa a não disputar a condição de operadora da área, considerada hoje por algumas fontes uma das mais promissoras do País. "Temos muitas áreas para explorar. Isso é exploração de petróleo, investimos onde apostamos", respondeu. A Petrobras possui 20% de participação no bloco.

O Plano de Negócios prevê que até 2010 as primeiras plataformas que viabilizarão a produção do pré-sal estejam em operação, como o sistema piloto de Tupi, na Bacia de Santos - com capacidade para produzir 100 mil barris por dia - e a unidade destinada à produção do Parque das Baleias, que inclui os campos de Cachalote, Baleia Franca e Baleia Anã, no litoral do Espírito Santo. Para 2013, está prevista a entrada do segundo sistema de produção do pré-sal da bacia de Santos, na acumulação de Guará.

Além da produção no pré-sal, para 2011 o Plano prevê o início de operação das plataformas P-57, no campo de Jubarte, na Bacia do Espírito Santo, e P-56, no campo de Marlim Sul, na Bacia de Campos. No ano seguinte, a previsão é a entrada em produção da unidade destinada ao campo de Baleia Azul, no Espírito Santo. Para 2013, a companhia espera iniciar a operação, na bacia de Campos, das plataformas P-62 e P-55 - no campo de Roncador - e P-61 e P-63, ambas no campo de Papa-Terra.

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