Em processo de 2004, Roberto Cavalcanti foi acusado de cometer cinco crimes
Herdeiro da cadeira de José Maranhão (PMDB) no Senado, o empresário Roberto Cavalcanti (PRB) é processado por corrupção na Justiça Federal. Maranhão assumiu o governo da Paraíba no lugar de Cássio Cunha Lima (PSDB), cassado por crime eleitoral.
Suplente do senador José Maranhão, o empresário Roberto Cavalcanti Ribeiro (PRB-PB) é processado por corrupção numa ação que tramita desde 2004 na Justiça Federal. Ele foi acusado pelos crimes de corrupção ativa, estelionato, formação de quadrilha, uso de documentos falsos e crimes contra a paz pública.
Cavalcanti foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por ser um dos ex-diretores da Indústria e Comércio de Materiais Plásticos (Polyutil), depois transformada em Associação de Participação e Gestão Compartilhada (Plastfort). As duas empresas, segundo a denúncia do MPF, deixaram de pagar um financiamento de R$18,8 milhões junto à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ainda de acordo com os procuradores da República na Paraíba, o esquema foi feito por meio de operações fraudulentas realizadas por uma quadrilha de ex-servidores da Procuradoria da Fazenda Nacional (PNF).
O escritório de advocacia que defende Cavalcanti confirma a existência do processo, mas esclarece que um habeas corpus concedido no ano passado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) excluiu das acusações os crimes de estelionato e formação de quadrilha. Com a posse do empresário no Senado, o processo que tramitava na Justiça Federal agora deverá passar a ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal, o foro privilegiado dos parlamentares. A ação, no entanto, não parece constranger o novo senador.
- Nenhum desses processos me preocupa. Referem-se a fatos ocorridos em 1997, ou seja, há doze anos, e não comprometem meu mandato. Não estou desconfortável em assumir o mandato - disse ele, que já havia exercido o mandato interinamente por quatro meses, em 2006, quando Maranhão da vaga se licenciou para disputar o governo do estado.
Mas, antes mesmo de assumir, o novo senador foi questionado da tribuna pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). O suplente é dono do Sistema Correio de Comunicação, que inclui uma afiliada da TV Record, e o jornal "Correio da Paraíba".
- O novo senador deverá dar explicações sobre os crimes a que responde na Justiça em razão de seu envolvimento no estado do chamado escândalo da Fazenda Nacional - provocou Virgílio, que já manifestara o descontentamento do PSDB com a cassação de Cunha Lima.