sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ministro atribui Transnordestina à 'ternura' de Dilma


Num antecipado clima de eleição presidencial, a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, foi cortejada ontem pelos ministros Geddel Vieira Lima (Integração) e Alfredo Nascimento (Transportes) durante o início das obras de um trecho da ferrovia Transnordestina em Salgueiro, no sertão de Pernambuco.

Ambos os ministros não pouparam elogios a Dilma, nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para sucedê-lo. Tanto Geddel quanto Nascimento relacionaram as obras que estão acontecendo no Nordeste ao esforço da ministra Dilma. "Dilma é a maior responsável pelo acontecimento de hoje. Não fora sua dureza e determinação, a Transnordestina não estaria acontecendo. Agradeço a sua ternura pela obra estar hoje acontecendo", afirmou Nascimento no palanque.


O ministro Geddel comparou Dilma a uma mãe cuidando do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Tenho percebido Dilma tratar cada projeto da forma que uma mãe trata de um filho Aqui fica minha homenagem à ministra Dilma."


Os discursos do presidente Lula e da ministra afinaram-se na exaltação às obras do governo na região. Os dois falaram à plateia da importância das obras do PAC - principalmente da transposição do rio São Francisco e da Transnordestina - para o desenvolvimento da região Nordeste.


"Olhando os dados financeiros, a Transnordestina não teria saído. Mas nosso compromisso é com o povo, principalmente com o Nordeste. O Brasil não se desenvolve enquanto o Nordeste não tiver infra-estrutura e emprego", disse Dilma, única dos seis ministros presentes a ser aplaudida pelo público ao subir no palanque.


A importância das obras para combater o desemprego em um momento de turbulência econômica mundial foram citados pelo presidente e pela ministra. "A crise traz a possibilidade de termos problema de desemprego no Brasil, mas decidimos que todas as obras do PAC serão aceleradas para contratar pessoas, principalmente da localidade", falou Lula.


O discurso do Palácio do Planalto encontra respaldo nas ruas de Salgueiro. Palco da transposição, da Transnordestina e de uma obra de saneamento do PAC, a cidade parece quase não sentir o impacto da crise. O novo trecho da Transnordestina, por exemplo, vai gerar a contratação de mil pessoas.


No hotel Sertão, no centro do município, o movimento cresce há um ano. "Antes das obras tínhamos 40% de ocupação. Agora ficamos com 70% dos quartos cheios", disse a gerente Flávia Alves. "É muita gente de fora também que está chegando à cidade", afirmou Cilene Alves, responsável pelo supermercado Pague Menos, que comemora o crescimento das vendas.


Porém, em setores mais dependentes do crédito, a crise dá sinais em Salgueiro também. "A aprovação da ficha dos clientes está bem mais difícil. As vendas caíram 40% de setembro para cá", explicou Roberto Ribeiro, vendedor da Moto Carlos, no centro da cidade.


Apesar da geração de emprego imediata que os projetos do PAC causam, Lula admitiu que ele pode não colher os créditos de todas as obras. O presidente admitiu que não chegará a inaugurar todas elas. "Certamente não vou ver tudo pronto no meu mandato, mas meus filhos vão ver", disse.


A plateia que lotou a Estação do Forró, espaço de eventos da sertaneja Salgueiro, era formada principalmente por estudantes. Convidadas pela prefeitura para participar do evento, todas as escolas da cidade transferiram as aulas matutinas de dentro da sala para ouvir Lula debaixo do sol.

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