sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lucro da Caixa cresce 62,3% e atinge R$ 3,8 bi


A Caixa Econômica Federal obteve lucro de R$ 3,88 bilhões em 2008. Isso representa um crescimento de 62,3% sobre os R$ 2,39 bilhões registrados em 2007. A forte alta no resultado consolidado do ano não consegue disfarçar, no entanto, a queda de fôlego depois da explosão da crise econômica. Conforme a presidente da instituição, Maria Fernanda Ramos Coelho, "a Caixa se consolidou como uma instituição estratégica para o Estado brasileiro", tanto pela implantação de políticas públicas como pela presença comercial estratégica, ao ampliar o acesso ao crédito no País. A carteira de crédito da Caixa cresceu 43% no ano passado, chegando a R$ 80 bilhões.

Apesar de os executivos da instituição insistirem que a crise econômica não prejudicou a Caixa, dados referentes exclusivamente ao quarto trimestre indicam um lucro de R$ 619 milhões, o que representa uma queda de 8% sobre os R$ 673 milhões do quarto trimestre de 2007 e de 14,5% sobre os R$ 723 do trimestre anterior. O lucro do quarto trimestre poderia ter caído para R$ 200 milhões, caso não fossem os "fatores extraordinários", ou seja, o recebimento de créditos tributários. Sem essa "ajuda", o lucro recorrente - do qual se desconta os fatores atípicos - teria sido de R$ 3,1 bilhões, frente a R$ 2,9 bilhões, em 2007. Os números do balanço consolidado de 2008 foram divulgados ontem, em Brasília.

O vice-presidente de controle e risco da Caixa, Marcos Roberto Vasconcelos, creditou a queda do lucro no último trimestre do ano ao aumento das despesas, como o impacto do dissídio de 10% no salário de seus servidores. Só o dissídio, argumentou Vasconcelos, representou um gasto adicional de R$ 400 milhões. Ele argumentou também que a instituição "vinha em um ritmo de crescimento muito forte", ao justificar a desaceleração do lucro.

"Para a Caixa, não tem crise", disse Vasconcelos, deixando claro qual é a postura de mercado da instituição. A carteira de crédito aumentou 43% no ano passado, saltando de R$ 55,8 bilhões para R$ 80 bilhões. Estão incluídas nessa conta operações como o empréstimo de R$ 2 bilhões para a Petrobras e a compra de carteiras de outros bancos. Só a compra de carteiras somou cerca de RS$ 1 bilhão em 2008, explicou o vice-presidente de finanças da Caixa, Márcio Percival Alves Pinto, e há mais voracidade guardada para este ano. Segundo Percival, "o potencial de compra de crédito" chega a "até R$ 4 bilhões em 2009 e mais R$ 4 bilhões em 2010". A Caixa segue comprando carteiras de crédito de outros bancos, admitiu o executivo.

A Caixa pretende chegar ao final de 2009 com carteira de crédito de R$ 105 bilhões. Para isso, aposta em crescimento de 35% no segmento de pessoas jurídicas e de 25% em pessoas físicas. Na estratégia de expansão do crédito, os executivos destacaram a importância em concentrar operações no público que fica nas melhores faixas de risco, ou seja, entre AA e B. Da carteira total de crédito, 69,8% estava nessas melhores faixas, frente a 67,3% no final do ano anterior. No crédito comercial, as categorias entre AA e B concentravam 78% do estoque ao final do ano passado, contra 73,8%, no final de 2007.

O saldo da carteira comercial no segmento de pessoa jurídica subiu 67,2%, para R$ 15,1 bilhões no final do ano passado. A inadimplência (considerando atrasos superiores a 90 dias) caiu de 4,8% para 2,2% no segmento de pessoas jurídicas, comparando o final de 2007 com o final de 2008. No segmento de pessoas físicas, houve aumento de 5,8% para 5,9%.

O aumento do estoque de operações de crédito provocou uma redução do índice de Basileia de 28,9% para 20,6%. Mais isso ainda significa folga em possibilidade de fornecimento de crédito. Caso caísse para o índice mínimo de 11%, haveria ainda possibilidade de alavancar novos R$ 50 bilhões em crédito. "Isso é só o potencial de crescimento", disse Percival. Os ativos totais somaram R$ 295,9 bilhões no final de 2008, em um crescimento de 16,7% sobre 2007 e o patrimônio líquido chegou a R$ 12,7 bilhões, uma alta de 20% em um ano.

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