terça-feira, 29 de maio de 2007

BNDES libera R$ 1,5 bilhão à rede GSM de 2,5ª- geração da Vivo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou ontem à operadora celular Vivo um financiamento de R$ 1,5 bilhão, cujo pedido entrou em janeiro. Esse dinheiro será usado na implantação da rede GSM, no que se refere a equipamentos fabricados no Brasil. Foram selecionados dois grandes fornecedores da infra-estrutura de GSM: Ericsson e Huawei, num contrato que somou R$ 1 bilhão e que se tornou conhecido como o último grande contrato de GSM do mundo em função da substituição que vem ocorrendo, há alguns anos, da tecnologia de 2,5ª geração para as redes de 3G.

Aliás, parte desses recursos do BNDES poderá ser utilizada na evolução da própria rede da Vivo à 3G, segundo afirmou o vice-presidente da Ericsson, Carlos Duprat. "Vamos produzir equipamentos de 3G em São José dos Campos para aproveitar o incentivo da produção local (PPB)", afirmou o executivo. Nesse exato momento, a Ericsson integra uma tomada de preços da Vivo para o fornecimento de rádios ponto a ponto que interligam as estações radiobase às centrais.

O futuro contrato girará em torno de R$ 30 milhões, e embora o processo esteja em andamento, poderá ser incluído no pacote de recursos liberado ontem, acredita Duprat. O executivo da Ericsson recebeu a notícia da liberação dos recursos com satisfação. "Parte disso deve vir para a Ericsson, que é a única a produzir no País as centrais de voz e dados (core) e as estações radiobase da Vivo", disse o executivo. A outra fornecedora é a chinesa Huawei, que também equipou a rede GSM da Vivo, mas que está fora do alcance do financiamento do BNDES porque utiliza equipamentos importados de sua matriz na China. Em nota à imprensa, a Vivo reafirmou que a previsão de investimento do ano é de R$ 1,73 bilhão e que já foram gastos R$ 235,4 milhões no 1º trimestre.

Condições do empréstimo

O financiamento de R$ 1,5 bilhão tem carência de 24 meses e prazo de 60 meses para o pagamento, totalizando 7 anos. A taxa de juros é de 11,8%, composta pela TJLP (6,5%) adicionada a 4,3%, composição de um spread básico de 3% e de outro spread variável de 1,3%, resultante de uma avaliação de risco feita pelo banco. O BNDES subdivide os setores e costuma selecionar 3% ao de telecomunicações e petróleo, enquanto energia limpa, por exemplo, por ser prioridade do governo, tem taxa de juro mais baixa, de 1%.

"Os 11,8% praticados nesse contrato com a Vivo são muito atrativos e geram demanda", disse o diretor do setor de telecomunicações do banco, Alan Fischler. Outras teles obtiveram tratamento idêntico, como a Brasil Telecom e a Oi, com 4,3% e 4,5%, respectivamente. Fischler ressaltou que a Vivo justificará o uso dos recursos a cada liberação de tranche. "E o dinheiro não poderá ser usado na compra de outra operadora, só na expansão de rede".

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